domingo, 15 de junho de 2008

O QUE SE PASSOU NESTES ÚLTIMOS OITO DIAS

RETOMANDO O COMENTÁRIO

Não se pode deixar o país por oito dias…Tudo acontece.
Comecemos pelo princípio:
1) As eleições americanas – Confirmou-se a desistência de H. Clinton e a nomeação de Barack Obama, como candidato a presidente dos EUA pelo Partido democrático, embora formalmente a nomeação só ocorra em Agosto, em Denver. De tudo o que aconteceu durante a campanha, nomeadamente nos últimos dois meses, Obama vai ter de se esforçar muito para conquistar o voto dos rednecks, mais difícil que o dos latinos…
2) Obama começa mal – Como candidato, Obama não poderia ter começado pior: as declarações de apoio a Israel, nos termos em que foram feitas, e a sua posição sobre Jerusalém Oriental são um verdadeiro desastre; será que ele não percebe que as tais mudanças de que tanto fala têm mesmo de começar por uma outra atitude americana sobre o conflito israelo-árabe? Serão os judeus assim tão decisivos na escolha do presidente da América, a ponto de um candidato ter de fazer declarações verdadeiramente inaceitáveis para os palestinianos e os árabes em geral? Afinal é Wall Street que vai continuar a mandar?
3) As vitórias da selecção – Contrariamente às minhas previsões, a selecção tem jogado bem, os jogadores estão em boa forma e alguns até estão ao seu melhor nível, como é o caso de Deco. Mas atenção: há boas equipas em prova. A Holanda, certamente, mas também a Roménia, que até pode não ser apurada. A Alemanha é sempre difícil, esteja a jogar bem ou mal. Admito que os quartos de final serão para Portugal o jogo mais difícil da prova, salvo se o adversário for a Áustria…
4) O fim do ciclo Scolari - Durante muitos anos o ciclo de Scolari será recordado como o ciclo de ouro da selecção; muito previsivelmente tudo voltará à anterior situação.
5) A vulnerabilidade do Estado – Sócrates, na sequência do bloqueio dos camionistas, terá reconhecido que sentiu o Estado vulnerável. O pior é que as causas da vulnerabilidade que ele compreendeu existirem não são as que verdadeiramente tornam o Estado vulnerável. Se o Estado deixasse de ser vulnerável com a construção de dois ou três pipe-lines, tudo seria bem simples…
6) Não ao Tratado de Lisboa – O Não da Irlanda deixou os chamados “europeístas” sem saber o que fazer. A grande lição que se tira deste Não, ou melhor, a lição que este Não confirma é a de que não se pode construir uma comunidade nas costas do povo. Mais tarde ou mais cedo, o povo vai querer ter a palavra…
7) O gradual intervencionismo de Cavaco – Há pequenas nuances que me levam a supor que com o agravamento da crise Cavaco tenderá a intervir cada vez mais…A questão da “raça” é acima de tudo uma questão de ignorância, mais do que uma questão de ideologia…O que é mais grave!

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