sábado, 13 de setembro de 2014

COSTA E A "GOVERNABILIDADE"


 

A PROPÓSITO DO ORÇAMENTO DE 2012
Sem evangélica paciência. Costa e Seguro tiveram dois frente a frente esta semana. Um atacou no primeiro. O outro respondeu no segundo. Quites?

Como muita gente se recordará, Seguro levou o PS a defender a abstenção ao primeiro orçamento do Governo PSD/CDS – a chamada “abstenção violenta” –, posição que caiu muito mal em certos sectores do partido e seguramente em muitos dos seus votantes que contavam com uma atitude mais enérgica do Partido Socialista face ao que se antevia como o começo de uma feroz escalada da direita encabeçada pela dupla Passos Coelho/Paulo Portas. Seguro foi inclusive mais longe: não deu a sua anuência à impugnação da constitucionalidade de algumas das mais gravosas medidas daquele orçamento por entender que esse não era o terreno de luta política do Partido Socialista deveria pisar. O pedido de apreciação sucessiva da constitucionalidade dessas medidas acabaria, todavia, por ser requerido pela esquerda parlamentar com a adesão de um conjunto de deputados do PS que actuaram a título individual e aparentemente contra a linha oficial do partido.

As posições de Seguro são obviamente criticáveis pela esquerda, mas são claras. Seguro entendeu que o PS estava comprometido com a política do Memorando assinado com a Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo monetário Internacional), tanto mais que o Memorando, embora também tivesse sido assinado pelo PSD e pelo CDS, havia sido negociado pelo Governo do Partido Socialista. Pareceu-lhe, mal ou bem, mas foi isso o que lhe pareceu, que a oposição do PS a um orçamento destinado a alcançar os objectivos fixados naquele documento, pelos meios nele previstos e impostos, constituiria um insustentável acto de demagogia.    

O Memorando, como se sabe, traça objectivos, fixa metas e prescreve em múltiplas circunstâncias os meios que devem ser adoptados para os alcançar. A política neoliberal que o Governo pôs em prática é política imposta pelo Memorando. Quem a ele se vinculou não poderia esperar outra coisa e se mais tarde realmente pretendia outra coisa a primeira atitude a tomar deveria ter sido o repúdio do Memorando.

Mas isso o PS nunca o fez, nem nunca nenhum dos seus mais influentes representantes sequer fez menção de o insinuar.

A política de Seguro é de direita, mas é clara. Ele não discorda do essencial. O que pretende é limar certas arestas. Atenuar a brutalidade de certas políticas, acreditando piamente que, mais tarde ou mais cedo, a “Europa” acabará por defender algo de semelhante.

Com Seguro as coisas são, portanto, relativamente claras e previsíveis. Com Costa, não. Contrariamente ao que alguns agora pretendem fazer crer quem no PS fez explicitamente a apologia do “Bloco Central” foi António Costa. Foi essa durante meses e meses a sua linha de actuação na “Quadratura do Círculo”, porventura com base na salvífica esperança de que um dia, não muito distante, o PSD viesse a ser governado por alguém que interpretasse tão semelhantemente quanto ele o “interesse nacional”.

Mesmo com Passos Coelho à frente do PSD e no contexto de uma coligação PSD/CDS, Costa não se coibiu de afirmar, em jeito de teorização, que os dois grandes partidos nacionais (PSD/PS) deveriam reciprocamente oferecer-se condições de governabilidade em tudo o que fossem "instrumentos fundamentais" de governação sempre que um deles estivesse no poder sem maioria absoluta, sem prejuízo da oposição na especialidade a medidas relativamente às quais não tivesse sido possível chegar a um entendimento pela via negocial.

Por outras palavras: a mensagem de Costa era clara e ultraconservadora (mesmo para amplos sectores do PSD): “isto da governação é um assunto nosso; nós é que temos de criar reciprocamente as condições de governabilidade; quem ganhou as eleições deve poder acabar a legislatura; em casos excepcionais de grave crise nacional deve inclusive ir-se mais longe: um compromisso válido por vários anos”.

A “doutrina de Costa” era, nas suas próprias palavras, aplicável aos orçamentos, às moções de censura e às moções de confiança – os tais instrumentos fundamentais da governação por via dos quais se assegura a “governabilidade”.

Esta doutrina visa, como é óbvio, excluir da governação as franjas, mesmo que essas “franjas” representem cerca de trinta por cento do eleitorado, circunscrevendo-a ao grande e amplo consenso PSD/PS.

Todavia, Costa apercebeu-se a breve trecho que esta “doutrina” não tinha pés para andar. Não somente ela era maioritariamente rejeitada pelo PS na oposição (outra coisa é o PS no governo, onde tudo muda de figura e tudo se justifica com o argumento de que é necessário impedir por todos os meios o regresso da “direita” mesmo que para isso seja necessário imitá-la…), como também pelo próprio PSD de Passos Coelho que realmente precisava do PS para muito pouco. Ou seja, aquilo que ele pretendia do PS era alcançável sem concessões…por as posições que lhe tornavam cómoda a governação fazerem parte da própria matriz socialista, já que quanto ao resto, independentemente da retórica, o mais indicado era não entrar em nenhum tipo de compromisso, que, a fazer-se, só poderia comprometer a “pureza” dos objectivos que ele, Passos Coelho, pretendia alcançar no quadro da mais pura ortodoxia com a cumplicidade covarde do CDS.

E como Costa se apercebeu de que aquela sua "doutrina" não tinha viabilidade com Passos Coelho, passou a defender, primeiro, que o PS deveria demarcar-se na especialidade das propostas com as quais não concordava, para mais tarde já aceitar que o PS deveria “dar um sinal claro de que está contra as opções políticas do Orçamento”.

Costa foi portanto modelando a sua posição não apenas em função da intransigência ideológica de Passos Coelho, mas também da própria opinião pública, sem porém jamais apresentar uma inequívoca proposta de mudança. A sua luta circunscreveu-se, por um lado, à exigência de defesa do passado recente do partido por parte da actual direcção, sem que ele alguma vez se tenha pessoalmente empenhado nessa tarefa mais do que o indispensável, e, por outro, à difusão da mensagem de que, com ele à frente do Partido Socialista, estariam criadas as condições para congregar uma ampla frente capaz de apoiar um “projecto de mudança” sem contudo jamais exibir uma única proposta ou sequer aceitar questionar alguns dos temas incontornáveis à tão propalada mudança de política (dívida, défice, Europa, euro, etc….).

Em resumo: a escolha dos militantes e simpatizantes do PS pode ser puramente emocional, mas a dos portugueses que realmente lutam por uma mudança terá de ser racional…

31 comentários:

MANOJAS disse...

Ou seja, votem recionalmente em Seguro porque ele é claramente de direita e não emocionalmente em Costa, que não tem nada para dizer, e assim receberão os aplausos do PSD, CDS, PCP, BE. É realmente de estarrecer!

Anónimo disse...

Manojas, Seguro pode ser de direita, mas tem sobre Costa - que ainda está mais à direita - a vantagem de não ser um autoritário calculista, ligado à trafulhice dos interesses.

Anónimo disse...

Seguro é já um Case Study!

Ele moveu o povo deste país a ter uma ação proactiva na política.
Esta é já uma prova dada que povo está com ele...
Povo amorfo?

PS tem cerca de 90.000 militantes e agora cerca de 145.000 apoiantes!

Brilhante Seguro!
Os jovens estão contigo!

Vamos dar música ao cínico e vaidoso do Costa!
Não queremos retórica, mas carácter, valores e atitude!

https://www.youtube.com/watch?v=SDTZ7iX4vTQ

Zé_dopipo disse...

Como diria o poeta, "Os Seguros desta vida que me desculpem, mas capacidade para mandar o Passos para o sítio de onde nunca devia ter saído é fundamental".

Porque o Costa não sendo Che, pelo menos faz-nos sonhar que é possivel derrotar este governo de malfeitores.

Rogério G.V. Pereira disse...

«Com Seguro as coisas são, portanto, relativamente claras e previsíveis. Com Costa, não. Contrariamente ao que alguns agora pretendem fazer crer quem no PS fez explicitamente a apologia do “Bloco Central” foi António Costa. Foi essa durante meses e meses a sua linha de actuação na “Quadratura do Círculo”, porventura com base na salvífica esperança de que um dia, não muito distante, o PSD viesse a ser governado por alguém que interpretasse tão semelhantemente quanto ele o “interesse nacional”.»

É ISSO MESMO!!!

MANOJAS disse...

A direita, principalmente a trauliteira, e a esquerda de perfil leninista, claro que preferem Seguro, já lhe tomaram o pulso, sabem que dificilmente será 1º ministro e se o conseguir, sê-lo-à sem margem de se aguentar. E lá teremos de novo a direita no poder. É esse, claro,o objectivo da direira, e infelizmente o do PCP e do BE, porque para eles o que é preciso é travar o PS, principalmente os malvados dos socráticos.

Anónimo disse...

Para que as pseudo-teorias da conspiração do sr Manojas tenham pés para andar é necessário alguma credibilidade. Ao que parece o correr dos anos não dão mais juízo, o que francamente se lastima.

Porque infelizmente o PS é o que é e traiu.Governou à direita, com a direita e para a direita. Nem sequer agora interessa a fulanização de sócrates, porque sócrates trilhou o caminho dos seus confrades e assumiu-se como paladino claro e sem tibiezas do neoliberalismo.

O PS hoje não constitui alternativa para a mudança radical das políticas económicas continuadas pelos neoliberais de turno. O choradinho em torno do PEC 4 torna-se ridículo, tanto mais que os PECs 1 e 2 e 3 tiveram o apoio da direita roufenha, com os votos contra da esquerda. No último PEC que era uma espécie de rascunho do que viria depois a ser o acordado com a troika, PSD e PP tiraram o tapete ao amigo sócrates.A esquerda manteve-se coerente. Só mesmo alguns fanáticos e alguma comunicação social ainda comprometida com o poder "socialista" poderiam aventar a hipótese que, perante um péssimo PEC, que continuava a governança neoliberal, a esquerda votasse a favor ou se abstivesse. Infelizmente para os mais empenhados na defesa da política "alternativa" dos "socialistas" estes assinaram presto o memorando troikista.

A cada dia que passa mais vozes questionam essa historieta do PS ser qualquer alternativa à politica neoliberal. Este artigo ( excelente) de JM Correia Pinto é mais do que esclarecedor e só me resta pedir a sua (re)leitura atenta.

A chantagem do voto sempre foi uma arma que o PS jogou muito bem, mas é altura de dizer basta.

Como também é altura dos candidatos e dos intervenientes na luta política dentro do PS aprenderem que a análise do que é o seu partido e do que são as suas políticas é um direito e um dever de quem está atento à res publica. A discussão pública por exemplo da traição de coisas como hollande, companheiro amado destes socialistas com que(não) contamos, é um imperativo de quem quer mudar de facto o rumo que levamos.

O mais do resto é uma questão interna do PS e a forma dos militantes e simpatizantes votarem é lá com eles.Ou seja e " em resumo: a escolha dos militantes e simpatizantes do PS pode ser puramente emocional, mas a dos portugueses que realmente lutam por uma mudança terá de ser racional…"

De

MANOJAS disse...

O arrazoado do anónimo das 2:49 é revelador, é o do ódio dos bolcheviques aos mancheviques, e só confirma o que ele chama as minhas pseudo-teorias da conspiração. O PS, de quem, atenção, não sou militante,é o inimigo a abater. É essa mesmo o propósito, chama-se-lhe ou não conspiração.

Anónimo disse...

Manojas, não sou esse anónimo, mas chamar mencheviques a um partido de direita como o ps que realmente existe e governa e vai a votos demonstra um grau de lunatismo, e desvio acrítico da realidade natal de alto lá com eles.

Anónimo disse...

Manojas diz que não é militante.
E depois? O que isso interessa para o debate? Nem o diminui nem o engrandece nesta discussão. Ainda não terá percebido o sr Manojas que a questão não se centra na posição individual dele e que o assunto da filiação ou não é perfeitamente secundário?

Por tal motivo exige-se mais do que palavras de ordem ou propaganda serôdia, como essa história do PS ser o alvo a abater".
(Triste e paupérrimo argumento, apresentado assim em jeito de depoimento do silva pereira ou de poiares maduro).

Importa sim contestar as acusações que o PS governou à direita ,com a direita e para a direita.
Importa sim verificar dados objectivos.
Importa sim por exemplo estar atento a declarações de peixes graúdos dentro do PS.Como por exemplo aqui
http://otempodascerejas2.blogspot.pt/2014/06/descubra-diferenca-ou.html

As teorias de conspiração com que Manojas nos quer entreter parecem assim esboroar-se perante o desejo profundo de mudança protagonizado pelo PS - apenas uma mudança de caras entre cavalheiros que gostam de se entender entre eles.Nunca de políticas e de projectos.
(Até sobre a reestruturação da dívida, Costa diz que isso não é para se debater agora...está como alguns tubarões da direita mais pesporrenta)

Quanto à História...talvez fosse necessário ler mais um pouco. E aproveitar para reler o texto aqui escrito neste blog sobre a traição da social-democracia e o seu quase desaparecimento do mapa politico

De

Anónimo disse...

Donde se conclui o que já era sabido: a cegueira sectária anda de braço dado com o quanto pior melhor. Em troca dum prato de lentilhas eleitorais.

Anónimo disse...

O que já era sabido e que é bastante triste. A cegueira sectária do PS ao comportar-se como uma alforreca a tentar ganhar votos à direita e à esquerda, para ganhar o prato de lentilhas eleitorais.
Vale tudo para voltar ao poder , alternando como nas casas de alterne com esta terrível direita.
Triste,mesmo

MANOJAS disse...

Explicando: Não sou militante do PS nem de qualquer partido. É um facto, para evitar especulações. Com maior ou menor intensidade, os comunistas continuam a olhar para os socialistas como, então, os bolcheviques para os mancheviques. Mas tudo isto começou com o Politeia a aconselhar o voto no Seguro e não no Costa, o que agradou a todos os anónimos comentadores que aqui se manifestaram. Foi a isso que reagi,aduzindo as razões de tal agrado, que não foram desmentidas, mas confirmadas.

Anónimo disse...

O repetir coisas não constitui validade de nada, à excepção disso mesmo: de se tratar apenas duma repetição.

Daí que seja necessário voltar a repetir o que não foi contestado à primeira:

-Não há qualquer especulação sobre a filiação partidária de Manojas

-Com maior ou menor intensidade se repete que as comparações "estóricas" citadas deixam muito a desejar e apontam para a necessidade de mais estudo

- Politeia não aconselhou o voto em ninguém. Desmistificou posições e situações. Clarificou o debate. Apontou hipocrisias. Denunciou manobras e jogos do poder. Focou-se no denunciar de manhas e de mal-entendidos

Ver como um aconselhamento no voto em Seguro dizer que ele é de direita é sinónimo de graves deficiências interpretativas.
Não compreender o último parágrado do texto de JMCP é revelador do mesmo. Não ver que se insinua que cabe aos militantes e simpatizantes do PS decidirem o seu voto mas que" os portugueses que realmente lutam por uma mudança" não consideram nenhum dos dois uma escolha racional para o país é sinónimo de cegueira.

-Os anónimos que aqui comentam ainda são livres de expressarem os seus pontos de vista. Tal como Manojas

-Infelizmente as razões que este diz que aduziu como prova, não são prova de nada, nem confirmam nada, a não ser a sua repetição. Pelo que se espera que Manojas saia do slogan publicitário e responda às denuncias que caem sobre o PS. E sobre a apreciação, que pessoalmente considero como objectiva e claríssima, apontada aos dois candidatos, Costa e Seguro.

E mais nada

De

Anónimo disse...

Mas "De", Experimente viajar na caixa de comentários do Câmara Corporativa ou no conjunto do Aspirina B e tente descobrir prova ou demonstração seja do que for feita por aquela gente. A coisa é de tal modo que, embora aparentem saber escrever tenho dúvidas (como com este manojas) que a leitura esteja ao alcance deles.

Quanto ao Seguro (a quem não conheço blogues de apoio) nada digo, mas aquilo das viúvas socráticas - todas agora com Costa, inclusive as dos interesses (Cordeiro em Cascais é o único segurista que arranjam para fazer frente ao comboio de Coelhos, Vitorinos, Correias de Campos, Almeidas Santos e outros conhecidos cultores da causa pública que apoiam Costa - nada provam, nada demonstram, nada defendem.

Insultam, armam-se em ofendidas, espanejam as virtudes dos PEC ( como se outros partidos não tivessem o direito democrático de defender outras saídas para o país), enquanto Costa se vai armando em impoluto. Pois pudera, se tem tal carga da jagunços atrás, para que se há-de dar ao trabalho de insultar ele?

MANOJAS disse...

O anónimo das 17:35 acertou no alvo:
repetir coisas não constitui validade de nada. Mas terei sido eu que mais coisas, acusações melhor dizendo, repetiu? Olhe que não, olhe que não!

MANOJAS disse...

Para o anónimo das 17:52, eu mal saberei ler e escrever. Para ele,Coelho, Vitorino, Correia de Campos, Almeida Santos e outros, são viúvas socráticas que apoiam Costa, que tem jagunços para ofenderem, por ele, os adversários.
Está na altura de encerrar o assunto!

Anónimo disse...

Claro que Manojas encerra o assunto como bom jagunço e analfabeto.

Como decorre do que escrevi, basta saber ler, esses que elencam são apoiantes vindos dos interesses - os blogues é que são das viúvas.

E será preciso explicar aos Manojas pq são apoiantes vindos dos interesses com que qualquer socialista devia ter vergonha de acompanhar? É preciso elencar os grupos económicos que apoiaram ou repetir a frase de Almeida Santos sobre o que há-de dar-se aos amigos?

MANOJAS disse...

Não, o que o Manojas fez foi encerrar o assunto com boa educação.É assim tão difícil?

Anónimo disse...

O que o Manojas fez foi acusar os outros e lançar teorias da explicação sem fundamento e sem responder a um único argumento do "De"- o que não é educado.

Depois desertou.

MANOJAS disse...

Admira-me que Politeia aceite insultos no seu blog.

JM Correia Pinto disse...

O Politeia nunca censurou um texto em mais de seis anos de existência. Nem o fará. O Politeia conta sempre com a elevação dos seus leitores e comentadores por mais duro que seja o debate.

MANOJAS disse...

Claro que Manojas encerra o assunto como bom jagunço e analfabeto, escreveu o anónimo das 19:24.
Dureza é uma coisa, grosseria é outra, mas seja como for, agradeço o esclarecimento.

Anónimo disse...

A grosseria tem sempre geometria variável e as costas largas. É que há quem tenha a virtude nos ouvidos ou nos olhos em vez de a ter onde a perderam.

BAsta ver como à direita da AR se reclama sempre que BE ou PCP usam termos como "roubaram" ou "mentiram" e como falsamente hipóctitas há quem prefira arredondar para um faltar à verdade.

Manojas considera os meus factos grosseiros. Por exemplo, a direita dos interesses, bem no bojo do PS, Vitorino e escritório a que pertence em tanto parecer, Jorge Coelho e Correia de Campos nas PPP das estradas e hospitais, via Mota-Engil e BES, mas também,e designadamente, os referentes a analfabetismo e a jugunçaria.

Não sei que faça a quem raciocine em falácia. Pois das duas uma. Ou não sabe ler o que foi escrito ou prefere fazer de conta, em modo de desonestidade intelectual, que se escreveram outras coisas, deturpando para concluir o que lhe apeteça, longe dos factos e da fidedignidade ao raciocínio do outro.

Não sei o que chamar a Manojas que não lhe queime a pele, até pq eu, que não tenho, nunca tive, nem terei qualquer militância partidária, tenho asco - é o termo - a que me tentem meter no saco do PSD e do CDS-PP e sinto-me insultado quando o fazem. Ainda mais quando me tratam como parvo, descontextualizando e treslendo o que disse. Cada um sente como grosseria aquilo que sente. E excluirem-me - e a milhares de portugueses - do direito político e democrático a pensar e governar de outro modo é absolutamente intolerável quando vem da boca de alegados democratas.


Quanto ao jagunço, vem no sentido relativamente figurado e por analogia. É assim que certa gente na órbita do PS raciocina e reage. Não matam, nem batem, também era melhor, mas desqualificam e perseguem. Tentem discutir uma ideia que seja nos blogues da viuves socráticas para ver quantos vos dão troco intelectualmente honesto. Para não sair do campo do também PS Seguro há um grande grupo de gente que atira logo com os (in)seguros, com os tó zé(ros). Contrapôr o que ele tenha feito mal ou bem e pq está quieto. Há um saco onde são todos metidos, tal como se fossem apanhados no sertão por um ajudante de coronel.

Anónimo disse...

Caro anónimo de 16 de Setembro de 2014 às 13:43

Tinha dito que da minha parte não diria mais nada sobre o tema

Fui precipitado

Volto aqui para testemunhar o meu acordo com muito do que diz.

De

MANOJAS disse...

O anónimo das 13:43 diz: Não sei o que chamar a Manojas que não lhe queime a pele. Depois de me chamar analfabeto e jagunço, ainda não está satisfeito? É a isso que chamei grosseria, porque foi uma grosseria.
Não me pronunciei sobre os seus factos, nem tenho que me pronunciar sobre o que sugeriu.É consigo e com eles.
Nunca o tratei por nada, nem o meti em qualquer saco. Dei a entender, sim, que o PCP e o BE se juntaram ao PSD e ao CDS para derrubar o governo socialista, abrindo o caminho a esta direita
que nos massacra. Porque diabo é que enfiou a carapuça? Toda esta polémica não foi iniciada por mim, apenas fiz um comentário ao post de Politeia que apenas o registou.

Anónimo disse...

Falso.

Estas frases são por demais evidente do pensamento de Manojas:
"Fiquei estarrecido, mas depois entendi, a esquerda à esquerda do PS está com a direita, pois sabe que com o Seguro como candidato o problema será fácil de resolver, pela direita. Pois não foi assim que a direita chegou ao poder?"

" assim receberão os aplausos do PSD, CDS, PCP, BE. É realmente de estarrecer"

-" O PS, de quem, atenção, não sou militante,é o inimigo a abater."

..e algumas mais que se tornaria fastidioso citar

Todas estas frases dão razão a quem diz o seguinte:
" me tentem meter no saco do PSD e do CDS-PP e sinto-me insultado quando o fazem"

Eu também.

Porque há uma coisa dos diabos: quem sistematicamente se alia à direita é de facto o PS.Alguns dados foram indicados. Nenhum foi contraditado


Daí que afirmações gratuitas não podem passar impunes. Já se falou nos PECs, da tentativa de chantagem do PS, da política troikista seguida e subscrita pelo PS.
O PC e o BE não se juntaram ao PSD e ao PP. O sentido do voto dos partidos de esquerda não mudou e não poderia mudar perante um pacto que era um preâmbulo do memorando troiksta.O PS quis assim.Seria mais correcto dizer que os partidos de direita é que mudaram o seu voto. A memória também é algo precioso.E é bom não esquecer que as tentativas de sócrates e dos seus rapazes foram sempre no sentido de um acordo com a direita.Nunca o fizeram à esquerda
Lembra-se ou quer dados esparramados? Por exemplo sócrates convidou, mais do que uma vez, Pedro Passos Coelho para uma coligação mas que a resposta do líder da oposição foi sempre negativa. “Falei duas ou três vezes ao então líder da oposição nessa possibilidade. Isso foi recusado porque o líder da oposição queria ser primeiro-ministro”.
O PSD Sempre viabilizou os orçamentos de José Sócrates, tendo o PSD invocado o "sentido de Estado" e de "responsabilidade" como justificação.E viabilizou os PECs 1 e 2 e 3.E negociou o 4...com o PS

A coerência é um valor também a defender. Afirmações que não passam de propaganda que contraria a realidade não podem passar.Para tal já bastam os media amestrados

Aqui vai mais um dado , objectivo e frio:
"António Costa e Rui Rio trocam elogios e defendem "acordo de regime"
O candidato a primeiro-ministro do PS e o ex-autarca laranja do Porto, apontado para substituir Passos Coelho em caso de derrota nas legislativas, mostraram abertura para um "acordo de dez anos" subscrito pelos dois partidos."

Basta de facto

De

Anónimo disse...

"Depois de me chamar analfabeto e jagunço, ainda não está satisfeito? É a isso que chamei grosseria, porque foi uma grosseria."

Manojas, Releia se quiser o que vem na minha mensagem de 16 de Setembro de 2014 às 13:43.

Nem satisfeito, nem insatisfeito.
Os termos a que chama grosseiro são os que me faz estabelecer com o seu discurso e em nada me dá argumentos para os deixar. Eu acho que são duros, mas infelizmente incontestáveis.

Ainda agora, Manojas, volta à carga com a tremenda e insultuosa mistificação da aliança entre a Direita agora no Governo, BE e PCP.

Uma mistifcação grosseira, falsa, insultuosa, intelectualmente desonesta própria de quem não reconhece a milhares de portugueses o direito de pensar de modo diferente em saídas para a crise em que alguns partidos meteram o país e me fazer propostas políticas diferentes.

Uma ideia papagueada e absolutamente pós-democrática, pós-política, que rejeita insulta milhares de cidadãos ao atirar-lhes o pensamento para o caixote do lixo, remetendo esses cidadãos para uma proibição factual de que pensem de modo diferente, desqualificando-os politicamente e querendo forçá-los à acção política e intervenção nos exactos termos impostos por outros. Ou seja, - por analogia, em sentido figurativo - nos termos impostos pelos coronéis do café. Ainda para mais, quando o projecto chumbado foi em boa medida continuado pela actual maioria com o sucesso que se sabe.


Não devia ser necessário, mas agradeço ao comentador De a capacidade de leitura. Ainda há gente que percebe o que escrevemos e discute aquilo que dizemos - embora no caso haja uma convergência. Tinha receio de ter sido pouco claro, tanta era a insistência em que eu fora grosseiro, quando o que me parecia era ter sido teluricamente factual.

MANOJAS disse...

Ainda bem para si considerar que chamar a alguém analfabeto e jagunço não é ser grosseiro, mas teluricamente factual, signifique isso o significar. Dormirá melhor.0
O que considera mistificação e eu um facto verdadeiro é o seguinte:
O PEC IV que o governo socialista pensava poder evitar o que veio a acontecer (a vinda do FMI), foi chumbado na Assembleia da República pelo PSD,CDS,PCP e BE.
E para não o incomodar, nada digo sobre as possíveis razões que levaram cada um desses partidos a votarem como votaram, nem sobre as consequências que daí resultaram. Mas não resisto a dizer que o PEC IV que fora bem aceite na Europa, talvez pudesse ter evitado o que veio a acontecer. Nunca se saberá!

Anónimo disse...

É cansativo mas parece que mesmo só a repetição ipsis verbis do já dito pode levar Manojas a ler ou pelo menos a reflectir no que se disse:

"O PC e o BE não se juntaram ao PSD e ao PP. O sentido do voto dos partidos de esquerda não mudou e não poderia mudar perante um pacto que era um preâmbulo do memorando troiksta.O PS quis assim.Seria mais correcto dizer que os partidos de direita é que mudaram o seu voto. A memória também é algo precioso.E é bom não esquecer que as tentativas de sócrates e dos seus rapazes foram sempre no sentido de um acordo com a direita.Nunca o fizeram à esquerda
Lembra-se ou quer dados esparramados? Por exemplo sócrates convidou, mais do que uma vez, Pedro Passos Coelho para uma coligação mas que a resposta do líder da oposição foi sempre negativa. “Falei duas ou três vezes ao então líder da oposição nessa possibilidade. Isso foi recusado porque o líder da oposição queria ser primeiro-ministro”.
O PSD Sempre viabilizou os orçamentos de José Sócrates, tendo o PSD invocado o "sentido de Estado" e de "responsabilidade" como justificação.E viabilizou os PECs 1 e 2 e 3.E negociou o 4...com o PS"

O PS não dialogou à esquerda com ninguém: nem antes , nem durante a apresentação do PEC 4 ,pelo que a junção casamenteira de tal pacto , como dum conluio contra o PS é falso e ofensivo.Nessa altura de facto, sócrates pedia a mão de passos coelho.

A assinatura presto do PS no memorando da troika revela bem o verdadeiro pulsar neoliberal deste partido.

Não resisto a dizer que se a traição do PS à própria social-democracia (quanto mais ao socialismo) não tivesse acontecido , Portugal hoje estaria diferente.

De

MANOJAS disse...

Cansativo e inútil, e por isso o deixo, sem rancor, com os seus argumentos e justificações, até acreditando que o DE acredita neles sinceramente. E, já agora, também lhe digo que estou convicto que o DE se não inscreveu para votar no Seguro.