segunda-feira, 12 de maio de 2008

AINDA O APITO FINAL



O PROGRAMA PRÓS E CONTRAS


Começo a ver o programa da RTP, Prós e Contras, sobre o Apito Dourado e breve reconheço que não tenho paciência para ouvir os batoteiros do futebol português, nem aqueles que recusam a conclusão de qualquer processo.
O ex-presidente do Sporting, Dias da Cunha, ex-aliado de Pinto da Costa, acha que as sanções não são importantes, nem o seu objectivo enquanto “denunciante do sistema”tinha em vista a aplicação de sanções. Para ele, o que era importante era a regeneração do sistema, depreendendo-se das suas palavras que não é através de sanções, nem da repressão de comportamentos ilícitos que o dito se regenera.
Soube-se também que Marinho Neves, conhecido jornalista “anti-sistema”, trabalhava para o Sporting, fornecendo-lhe informações sobre as “batotas” que se estavam preparando nos bastidores. Tanto este jornalista como Dias da Cunha acham, contudo, que os actuais visados não passam de bodes expiatórios. Enfim, fica-se com a impressão de que o Sporting só concordaria com os processos e com as sanções se uns e outras visassem outros clubes e outras pessoas. Curiosamente, sempre que fala alguém do Sporting, seja como representante do clube, seja como adepto, a impressão com que se fica é esta. Há aqui um problema de outro foro que manifestamente não pode ser resolvido pela justiça desportiva.
Depois apercebi-me que os regulamentos, os famosos auto-regulamentos, são elaborados pelos dirigentes, exactamente os mesmos que são suspeitos aos olhos da opinião pública de fazerem parte do tal “sistema”. Um deles, prometeu a apresentadora, ainda virá ao programa explicar por que razão os mesmos factos são punidos diferentemente, consoante sejam imputados a um dirigente ou a um árbitro…
ADITAMENTO

Rui Santos diz hoje no Record (citação do Público): “Não há garantia de que, no futuro, o futebol seja mais limpo; uma investigação atempada e continuada faria um número incalculável de vítimas. Não apenas a Norte”. Ontem, nos Prós e Contras, Valentim Loureiro, em resposta a uma acusação de Dias Ferreira, ripostou: “E os que põem lagostas no balneário dos árbitros ao intervalo?” Fiquei com a ideia de que a acusação do Major era a Sul.
Diz-se que os árbitros corruptos actuam com subtileza. Nada de penalties, nem livres perigosos contra a equipa que querem prejudicar, mas antes expedientes de outra natureza igualmente eficazes.
Por outras palavras: aqueles que beneficiaram de mais penalties do que a soma dos marcados a favor das 5 ou 6 equipas que com eles disputaram o mesmo lugar na classificação ou que viram os golos das equipas adversárias ser invalidados sem razão ou ainda que ficaram impunes relativamente a faltas graves que cometeram, podem ficar tranquilos. Não são suspeitos!

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