domingo, 11 de maio de 2008

A DERROTA DO BENFICA



O ADEUS A RUI COSTA

O Benfica terminou o campeonato em 4.º lugar, sem honra nem glória, não se classificando para participar na prova mais prestigiante do futebol europeu . Mesmo assim, os adeptos afluíram em grande número ao novo Estádio da Luz, quase o enchendo, para assistir ao derradeiro jogo do Benfica neste campeonato. Para se despedirem e homenagearem Rui Costa, que hoje pôs termo à sua carreira de jogador profissional, dizem-nos os comentadores. Não o creio. Nada objectivamente o justificaria. Rui Costa é de facto um jogador formado nas escolas do clube (isto é, quando o clube tinha escolas) e com uma boa carreira como jogador de futebol. Jogou dois ou três anos nas categorias seniores do clube, num dos anos o Benfica até foi campeão, mas Rui Costa nem sequer foi titular no jogo que definiu o título. Como já era um jogador laureado pelas vitórias alcançadas com Carlos Queirós nas selecções de juniores, desde muito cedo manifestou interesse em abandonar o Benfica para jogar num campeonato de outra dimensão. Assim aconteceu em 1994, ano em que se transferiu para o Fiorentina, onde se manteve durante sete épocas. Em 2001, foi transferido, por avultada quantia, para o Milan. Com a chegada de Kaká ao clube milanês, diminuíram drasticamente as hipóteses de Rui Costa ser titular ou até de jogar regularmente, dificuldades que, de resto, já existiam antes sempre que tinha que disputar com Pirlo um lugar no onze titular.
Durante os anos em que jogou na Itália foi sempre jogador de selecção, na qual militou até à final do Euro 2004, altura em que resolveu pôr termo à sua carreira de internacional, agastado, ao que se depreende, por ter sido preterido como titular em benefício de Deco. Dois anos mais tarde, em 2006, regressou ao Benfica. No primeiro ano, quase não jogou em consequência de uma série de lesões que durante largos meses o impediram de prestar o seu concurso à equipa. No segundo ano, que é o ano em curso, jogou com regularidade, sendo as suas exibições muito elogiadas pela crítica desportiva, não obstante a fraquíssima prestação do Benfica em todas as provas em que participou. A meio da época, o presidente, numa típica fuga para a frente, para desviar a atenção dos maus resultados do Benfica, anunciou-o como próximo director desportivo do clube. A partir daí Rui Costa nunca mais foi visto pelos adeptos como jogador, mas como o homem que na próxima época iria restituir ao Benfica a glória passada e as vitórias por que todos esperam!
É neste contexto sebastiânico que deve ser entendida a enorme afluência de público ao Estádio da Luz. Os adeptos do Benfica continuam a supor que é de um homem mais ou menos providencial que resultará a salvação do clube.

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