quinta-feira, 19 de junho de 2008

A CAMPANHA ELEITORAL AMERICANA


COMO VAI OBAMA RESISTIR ÀS PROVAÇÕES E PROVOCAÇÕES DA CAMPANHA?

Quase subconscientemente fui comentando as primárias das presidenciais americanas na convicção nunca explicitada de que o verdadeiro combate de Obama para alcançar a Presidência era com H. Clinton. Uma vez batida esta, que à partida tinha tudo a ser favor e dispunha de recursos inalcançáveis, a derrota do candidato republicano seria apenas uma questão de tempo.
No essencial continuo a pensar assim, embora reconheça que Obama vai ter que ser muito imaginativo para captar o voto maioritário da “working class”, pouco letrada e muito preconceituosa, e também dos latinos, embora o destes seja mais fácil de alcançar, apesar dos seus enormes preconceitos contra os afro-americanos.
Perigosas serão também as provocações de que Obama vai ser alvo durante toda a campanha, por parte da direita reaccionária, sobre tudo o que faça parte integrante do imaginário americano ou da sua simbologia, passada ou mais recente, sem que, por outro lado, para se defender, se deixe cair na retórica do adversário.
Ainda ontem a campanha de McCain, na esteira de Bush, voltou a acusar Obama de fraco na luta contra o terrorismo e de ser um homem com mentalidade de 10 de Setembro.
Acho que as respostas de Obama foram boas e muito diferentes do que previsivelmente seriam as de H. Clinton, no caso, pouco provável, de tais provações lhe serem feitas.
Obama, comparando o modo como foram tratados os que primeiramente atacaram o World Trade Center com os que agora estão em Guantánamo, disse que aqueles, de acordo com todas as garantias e respeito pelos direitos humanos, foram presos, julgados e estão a cumprir pena, enquanto os que estão em Guantánamo não só não foram julgados como tudo o que se passou com eles serviu para descredibilizar os Estados Unidos como um estado de direito.
E em resposta às acusações de fraqueza e de mentalidade de 10 de Setembro, acusou os republicanos de terem feito a guerra no Iraque com desprezo pela perseguição daqueles que realmente foram responsáveis pelo 11 de Setembro. Acusou-os ainda de utilizarem o tema do terrorismo para assustar as pessoas e as impedirem de pensar livremente.
Com o desenrolar da campanha nota-se que não haverá da parte dos republicanos uma intervenção muito diferente da de Bush, com excepção de algumas retóricas promessas de mudança. O que significa que o eleitorado republicano se mantém sensivelmente o mesmo e com a mesma avaliação dos acontecimentos que ocorreram nestes últimos oito anos.

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