domingo, 22 de junho de 2008

GRANDES VITÓRIAS DA TURQUIA E DA RÚSSIA


A VITÓRA DO FUTEBOL COMO JOGO
Foi bonito ver a Turquia virar um resultado, pela terceira vez consecutiva. Foi fantástico o jogo da Rússia. Arshavin, o melhor jogador do ano, já!
Nestes torneios, com em muitos países, o futebol é um jogo aleatório. Nunca se sabe quem vai ganhar um desafio, embora se saiba que, numa série de dez jogos, a melhor equipa tenderá a ganhar a maior parte.
Em Portugal, o futebol deixou há muito de ser aleatório. Há mais de duas décadas que sempre se sabe quem não vai perder, regra apenas perturbada por um ou outro evento exterior ao jogo, que algumas vezes não permitiu que a certeza se impusesse como estava previsto.
Dir-se-á que o futebol aleatório é muito mais interessante e mantém vivo o interesse do público pelo jogo. Pois, mas se o que interessa é ganhar, que o Público fique em casa, porque com vitórias há outras formas de compensar a sua ausência.
Ainda a propósito: a UEFA acabou por admitir o FCP na Liga dos Campeões deste ano, porque os órgãos jurisdicionais desportivos portugueses não estão em condições de tomar, em tempo útil, uma decisão sobre a situação do FCP.
Interessante: num primeiro momento, de acordo com regras que ninguém conhece, a UEFA anulou a decisão da “primeira instância”, com base em dois vícios – falta de audição de todos os interessados (Guimarães e Benfica), e incerteza sobre a recorribilidade da sanção aplicada ao FCP, pela Comissão Disciplinar da Liga de Clubes.
Com a decisão agora tomada, a UEFA dá administrativamente por boa a tese de que a sanção internamente aplicada ao FCP ainda não transitou em julgado e, consequentemente, espera que em Portugal a decisão se torne irrecorrível para depois actuar.
Extraordinário: a UEFA anula uma decisão e manda reabrir o processo e antes que o processo se reabra toma uma decisão sobre um dos fundamentos da anulação. Enfim, a UEFA está ao mesmo nível dos dirigentes do futebol que todos conhecemos: sobre uma das matérias a respeito da qual não havia qualquer espécie de dúvidas (a de que o FCP havia renunciado ao recurso, facto publicamente apregoado pelo seu presidente) passou a ter dúvidas (se o FCP ainda poderia ou não recorrer), para logo a seguir as desfazer exactamente no sentido oposto ao publicamente afirmado (afinal, a decisão está pendente de recurso)!
Escusado será falar da FPF em todo este episódio: uma vergonha, bem à altura do seu presidente.
Lendo os ecos da eliminação de Portugal, reforço a tese de que os jornalistas portugueses, também eles viciados no futebol não aleatório, não percebem nada de futebol!

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