terça-feira, 26 de agosto de 2008

AGUDIZA-SE O CONFLITO NO CÁUCASO

A RÚSSIA RETALIA KOSOVO E RECONHECE A OSSÉTIA DO SUL E A ABEKÁZIA

Já por diversas ocasiões tive oportunidade de analisar a crise do Cáucaso, a expansão a leste da NATO e a política americana relativamente à Rússia, por via da sua política na Europa do leste, no Cáucaso e na Ásia central. Hoje, o Presidente da Rússia, depois da recomendação unânime do Parlamento, reconheceu a independência da Ossétia do Sul e da Abekázia.
Este episódio, que é mais um passo na escalada que os americanos aventureiramente provocaram, vai ter efeitos muito duradoiros na política internacional. Ele vai acelerar a corrida aos armamentos, vai agudizar o conflito de Israel com os seus vizinhos, nomeadamente com o Irão e vai condicionar negativamente o futuro da União Europeia nos tempos mais próximos.
Num sentido muito coincidente com os pontos de vista aqui defendidos, leia-se, no El País de hoje, o artigo de Norman Birnbaum, professor catedrático da Universidade de Georgetown. Sublinho, com particular agrado, o reconhecimento da continuidade (apenas insinuada) das políticas externas de Clinton e W. Bush, uma vez que essa tem sido também umas das constantes da minha análise. De facto, a escalada imperial da potência hegemónica para espaços nunca antes dominados começa com Clinton e desenvolve-se despudoradamente com W. Bush, agora ideologicamente apoiada numa irresistível e cruzadística procura do BEM … e do petróleo.

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