quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

AINDA O BPP: TUDO É CONSIDERADO NORMAL

COMENTA-SE A INTERVENÇÃO DO GOVERNO COMO SE DE UM ASSUNTO PRIVADO SE TRATASSE

Ultimamente, a propósito da crise financeira e do modo como o Governo tem comprometido o Estado na sua pretensa solução, tem-se ouvido de tudo. E quanto mais se diz, maior parece ser a descontracção de quem comenta. O à vontade é já tanto que as intervenções do Estado são analisadas com a descontracção de quem comenta um simples assunto privado da exclusiva responsabilidade de quem o praticou.
Primeiro, as intervenções servem para explicar aos incrédulos e aos liberais estúpidos por que razão é que a Caixa Geral de Depósitos deve manter-se no sector empresarial do Estado.
Depois, fala-se da intervenção no BPP como algo que os accionistas devem à diligência de Constâncio e à disponibilidade do Governo, ou seja, como algo que o Estado, tendo em conta o nome das pessoas envolvidas, resolveu fazer por uma questão de boa vontade.
Claro que estes comentários, feitos com a tranquilidade de espírito de quem se permite falar das coisas tal como elas são, ilustram, melhor que qualquer cuidado discurso, as fundadas dúvidas, que aqui já levantámos, sobre a legalidade de actuação do governo.

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