sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A INTRIGA JORNALÍSTICA OU A ALA ESQUERDA À DERIVA



AINDA O PRÓXIMO CONGRESSO DO PS

Todos sabemos que existem jornalistas relativamente especializados na intriga política. Uns fazem intriga na esquerda, outros no PS, outros ainda na direita.
A jornalista que no Público tem por missão promover a chamada ala esquerda do PS, de Pedroso e companhia, dizia anteontem que este sector do partido teme uma inflexão de Sócrates ao centro; ontem, o receio já era de uma inflexão à direita. Em qualquer caso estava fora de questão, para a dita ala, afrontar a liderança ou sequer apresentar uma moção alternativa no congresso. Nesse sentido, as palavras de Paulo Pedroso, transcritas entre aspas, em discurso directo, para quem essa hipótese era completamente”destituída de sentido”.
Hoje, essa mesma jornalista, deixa de parte as inflexões – enfim, também já não tinha mais nenhum espaço para onde ir -, mas afirma que aquele deputado é visto, juntamente com outros, como um dos potenciais autores de uma moção estratégica de esquerda.
Ou seja: anteontem, para esse mesmo deputado, se eram verdadeiras as palavras que ela pôs na boca dele, essa hipótese era completamente destituída de sentido, hoje, segundo a jornalista, a apresentação de uma moção alternativa já é uma hipótese muito viável.
A efemeridade das notícias de jornal fazem com que seja completamente normal negar ontem o que hoje se confirma, porque o que realmente interessa é o efeito produzido por essa mesma efemeridade no momento em que a notícia é publicada.
Todavia, para quem se der ao trabalho de ligar o antes e o depois, o que parece depreender-se de toda esta intriga é a que a dita ala esquerda está com receio que Sócrates não a coloque nas listas em lugar elegível ou no lugar de destaque a que julga ter direito.


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