quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O MODERNO SOCIALISMO


QUE MAIS HÁ PARA VENDER?


Quem lê os teóricos do Partido Socialista – os teóricos do Partido socialista são poucos ou nenhuns, mas sempre há aqueles que, embora não sendo oficialmente PS, dele estão muito próximos por opção recente – frequentemente se depara com o uso de adjectivos como moderno, novo e outros do género para caracterizar a actuação governamental do nosso PS. Primeiro, defenderam a “moderníssima tese” de que o socialismo já não comportava a componente económica. Isso eram coisas do velho socialismo, dos conservadores. Modernamente, o que conta são as regras do mercado, diziam. Depois, foram monetaristas ortodoxos durante todo o tempo em que a crise económica apenas habitava a economia portuguesa. Quando ela passou a ser geral, voltaram, em palavras, ao keynesianismo. Por fim, respeitaram à risca o “consenso de Washington” e desregularam tudo quanto havia para desregular e privatizaram quase tudo o que havia para privatizar.
Quase… porque esta gente que nos governa pede meças aos fautores do “consenso de Washington”. É que eu creio que nem o FMI, nem o Tesouro americano impuseram como princípio ortodoxo cujo incumprimento determinaria a excomunhão do infractor a venda e oneração de bens culturais imóveis do domínio público ou a privatização do seu uso. Mas o “moderno socialismo português” vai fazê-lo, porque essa coisa de monumentos nacionais só serve para dar prejuízo. São coisas do velho socialismo. Hoje, o “moderno socialismo” põe essas coisas à venda pelas vias do direito privado!

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