sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A ESQUERDA DO PS E A "GOVERNABILIDADE"



E SE FALÁSSEMOS A SÉRIO?


A chamada esquerda do PS continua a brincar com questões sérias, por isso não pode ser levada a sério. Agora, apenas pretende que Sócrates lhe garanta que o CDS/PP não será parceiro de coligação e satisfaz-se com uma garantia privada. Outros respondem que tal exigência é politicamente errada, não apenas porque prejudica a ambicionada vitória por maioria absoluta, mas também por estreitar ou mesmo inviabilizar as hipóteses de “governabilidade”, dado o radicalismo anti-sistema dos partidos de esquerda.
O simples facto de a questão ser posta nestes termos por uns e por outros demonstra bem até que ponto pode ir a inocuidade deste pretenso radicalismo de fachada social-democrata. A questão da governabilidade não é uma questão que se ponha a priori. A governabilidade é algo que se coloca em função do programa que se pretende levar á prática. Não existe uma questão teórica nem abstracta de governabilidade, existe uma questão prática e concreta, embora obviamente dependente dos pressupostos político-teóricos de que se parte. Claro que, quando se não dispõe de apoio monopartidário suficiente, sempre haverá típicos problemas de poder e da sua eventual repartição, mas aí o simples bom senso, mesmo para quem se está nas tintas para o interesse geral, leva à inevitável conclusão de que mais vale ceder algum poder do que simplesmente perdê-lo.
Numa palavra: se existe uma esquerda no PS, que apresente uma moção no Congresso e estabeleça as linhas essenciais de um programa de governo. Logo se verá quem no futuro estará apto a colaborar na implementação desse programa de governo, caso, quem o defenda, não obtenha a maioria necessária para governar sozinho.

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