SOBRE O CONFLITO NA PALESTINA
A questão de saber se Obama vai ser apenas mais um presidente americano ou se há nele algo de diferente que o distinga dos seus mais próximos antecessores é algo que vai ter uma resposta imediatamente após a sua tomada de posse em 20 de Janeiro.
Como já aqui foi dito muitas vezes, o maior desafio com que a América se defronta é o conflito israelo-árabe. As declarações de Obama durante a campanha e no decurso da sua visita a Israel não poderiam ser mais decepcionantes. No fundo, com as posições que assumiu, ele acabou dando razão a Ariel Sharon, quando este, em resposta aos receios de Shimon Peres sobre a reacção americana a actos praticados por Israel, lhe disse: “A América não nos condiciona. Somos nós que condicionamos a América”.
Obama disse hoje que o conflito na Faixa de Gaza será a sua primeira prioridade. Mas disse mais. Disse que quer resolver definitivamente o conflito israelo-palestiniano, para trazer a paz aos habitantes do médio oriente e garantir a segurança americana.
Se Obama com esta declaração quis dizer que a maior parte dos problemas de segurança com que a América se tem defrontado nesta última década tem a ver com o conflito da Palestina, o mínimo que se pode afirmar é que ele está certo. Oxalá, ele seja capaz de vencer a força condicionadora do judaísmo internacional e impor uma paz justa na região.
A acção que Israel tem em curso parece querer significar uma certa desconfiança da próxima administração americana. É uma acção destinada a condicionar o próximo governo americano. Se Obama se deixar pressionar, a escalada de Israel não parará em Gaza. Terá como próximo alvo o Irão. É isto que Obama tem de evitar, se quiser dar um forte contributo à paz mundial.
Como em todo o mundo árabe e muçulmano existe uma profunda desconfiança em relação a América, de quem apenas esperam hostilidade, Obama vai ter de falar muito claro para ser credível. O problema é que verdadeiramente ninguém acredita em grandes mudanças na política americana para a região…
Como uma imagem muitas vezes vale amis que mil palavras chamo-lhe a atenção para os mapas...
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