segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

MERKEL FORÇA RATZINGER A DECLARAÇÃO CONJUNTA


O BISPO WILLIAMSON VAI “ESTUDAR DE NOVO O ASSUNTO”

Angela Merkel claramente descontente com a posição do Vaticano, que continua à espera que Williamson se retracte, tomou a iniciativa de telefonar ao Papa para discutir o assunto e propor-lhe uma inequívoca declaração conjunta, que mais tarde foi divulgada pelas agências noticiosas.
O bispo lefebvrista, agora num seminário perto de Buenos Aires, onde vive, já declarou que vai ter de estudar de novo o assunto para ver se tem que alterar alguma coisa ao que antes disse. Mas logo foi avisando, que isso leva tempo, muito tempo. O que quer dizer que o Papa vai ter entretanto que actuar, seja por omissão ou por acção.
A reacção dos meios católicos na Alemanha acerca da posição do Papa foi de rejeição de cerca de terços dos católicos. A sondagem não explica como se dividem as opiniões pelo território alemão, nomeadamente qual é posição dos católicos da Baviera, que é o que interessa politicamente saber.
Este Papa é o que se pode chamar uma desgraça. Ideologicamente muito próximo dos meios fundamentalistas católicos - ele que entrou no concílio Vaticano II como reformador e saiu como conservador – tem muita dificuldade em governar politicamente a Igreja e em se adaptar às modernas sociedades pluralistas democráticas. Actua sempre como intelectual desligado do mundo, para o qual apenas conta as força das ideias e a manutenção da coerência intrínseca do sistema.
Não deixa de ser interessante o apoio de que sempre gozou junto dos meios políticos portugueses mais intolerantes, não necessariamente católicos, incapazes de aceitar a qualquer título a diferença e para quais apenas existe uma verdade: a que eles próprios defendem. Ver a propósito o artigo de JPPereira.

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