segunda-feira, 2 de março de 2009

AS ELEIÇÕES NO PAÍS BASCO



QUEM GANHA E QUEM PERDE


Não se confirmou o resultado das sondagens à boca das urnas que atribuía uma maioria aos partidos nacionalistas. Por um deputado, o PNV não dispõe do apoio parlamentar necessário para governar apenas com o voto dos partidos nacionalistas. Dentre os partidos espanhóis, somente o PSE pode aspirar à chefia do governo, mas para isso terá de coligar-se com o PP e a UPyD. Em qualquer outro contexto, o lehendakari será sempre Ibarretxe.
Privada dos partidos de esquerda, impedidos de participar no acto eleitoral por decisão judicial, uma boa parte do eleitorado basco optou pelo voto nulo e pela abstenção.
Patxi López bem pode dar largas à sua euforia, afirmando que estes resultados constituem o melhor score da história dos socialistas bascos, mas melhor fora que meditasse no sentido desta eleição e suas mais que prováveis consequências. Esta democracia à espanhola, que na Europa somente terá paralelo, embora em termos diferentes, com o que se passa na Estónia e na Letónia, empurrou definitivamente para fora do sistema milhares e milhares de bascos, que doravante encontrarão na prepotência judicial espanhola uma forte motivo para apenas se reconhecerem na ETA e forças políticas afins.
Na verdade, com 8,84% de votos nulos, 1,03% de brancos e 34,12% de abstenção, somando os nulos mais de cem mil votos - somente menos 44 mil que os obtidos pelo PP, que elegeu 13 deputados - bem se pode dizer que estas eleições estão muito longe de representar a vontade popular do País Basco. O voto nulo, assim como o voto branco, são votos de protesto contra as decisões judiciais (basta dizer que em 2005, últimas eleições, o voto nulo não ultrapassou os 4035) e uma parte considerável da abstenção sê-lo-á também, embora mais difícil de determinar numericamente.

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