segunda-feira, 29 de junho de 2009

GOLPE NAS HONDURAS


A CORRELAÇÃO DE FORÇAS NA AMÉRICA LATINA

Se eu conhecesse o sistema jurídico hondurenho tão bem como JM Fernandes, estaria certamente em condições de comentar os meandros jurídicos que serviram de pretexto ao golpe. Como não conheço, tenho de aceitar que a Constituição não possa ser alterada por referendo, que o Parlamento, depois de convocado o referendo, possa aprovar uma lei proibindo as consultas referendárias 180 dias antes ou depois de eleições gerais, que as Forças Armadas tenham competência para declarar ilegal a convocatória do referendo e, acima de tudo, que o Supremo Tribunal de Justiça possa anular a a decisão do Presidente da República de destituir o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas.
A tudo isto responde JM Fernandes com a mesma convicção com que defende o neoliberalismo ou a "respeitabilidade" dos 28 economistas. Só que, coitado dele, mete-se num beco sem saída: depois de ter respondido tão categórica e afirmativamente àquelas questões, só lhe restava concluir pela “legalidade” do golpe. Não vai, porém, ser fácil. A América Latina já não é o que era e hoje os Estados Unidos já não põem e dispõem como outrora.

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