GOVERNO ISRAELITA GARANTE QUE NÃO DESMANTELARÁ COLONATOS
A poucos dias do esperado discurso de Barack Obama no Cairo, cresce a tensão entre o governo israelita e a administração americana, não apenas pelas divergências relativas à situação dos colonatos, mas também por começar a haver do lado judaico a convicção de que Obama quer ganhar a simpatia dos árabes e muçulmanos em geral à custa de Israel.
Membros do governo israelita de extrema-direita já não fazem segredo em demonstrar publicamente o seu descontentamento face à administração Obama, acusando-a de pender para o lado palestiniano.
Torna-se agora mais claro que a Israel só interessa uma paz que resulte de um diktat. Na verdade, Israel nunca aceitou o princípio dos dois Estados (ainda há dias tive oportunidade de ler a primeira conversa de Golda Meir com Nixon - numa altura, portanto, em que o trabalhismo governava Israel sem que ninguém lhe fizesse frente – durante a qual ela disse abertamente ao presidente americano que os dois Estados já existiam – Israel e Jordânia – e que teria de ser no território jordano que os palestinianos teriam de se acantonar), assim como também nunca aceitou o princípio de desmantelamento dos colonatos, nem da proibição de construção de novos colonatos. A distinção que eles fazem – e que a actual administração americana não aceita – entre colonatos “legais” e colonatos “selvagens”, era claramente uma distinção para “americano ver” e seguramente destinada a fazê-los aceitar, sem mais discussão, os “legais”, como parece ter resultado com W. Bush.
A agravar a situação, há ainda o facto de a administração americana não estar a actuar contra o Irão com a “firmeza” que Israel reclama.
Do ponto de vista americano, a política que esta administração está a tentar levar à prática no Médio Oriente é inequivocamente a que melhor serve os seus interesses. Mas não vai ser fácil implementá-la. Ela vai ser boicotada, vai ser vítima de vários “golpes”, além fazer correr a Obama riscos pessoais graves.
Ironia da História breve e pequena, a do dia-a-dia. Lembro-me de que, na campanha, uma das coisas de que menos gostei nas posições de Obama foi a sua exagerada manifestação de apoio a Israel, até parecia que incondicional.
ResponderEliminarQuanto ao que dizes, perigos pessoais para Obama, longe vá o agoiro!