A DUPLICIDADE DOS EUA E SEUS ALIADOS MAIS PRÓXIMOS
A evolução da situação política nas Honduras parece confirmar, cada vez com mais segurança, a tese da duplicidade de aqui já se tinha suspeitado em post anterior. Quem tenha um mínimo de experiência em relações internacionais, facilmente distingue a natureza, verdadeira ou falsa, das condenações de um acto violador do direito interno ou do direito internacional por parte dos diversos actores da comunidade internacional.
Não havendo actualmente alternativa aos procedimentos de legitimação instituídos pela via democrática, dificilmente num continente como o americano o golpe das Honduras poderia deixar de ser condenado por todos. Mas tanto lá, como cá, cedo se percebeu que a condenação não tinha em todos os casos a mesma natureza. Entre os que a rejeitavam inequivocamente e os que a condenavam com matizes ia uma grande diferença. Uma grande diferença que, todavia, não impediu a aprovação de uma resolução pela OEA e mais tarde uma outra pela assembleia-geral da ONU, em termos muito próximos dos defendidos por aqueles que efectivamente defendem o regresso de Zelaya ao poder.
Com o passar dos dias, depois do insucesso da tentativa de regresso do Presidente eleito ao poder e da mediação do Presidente da Costa Rica, fica cada vez mais claro que os Estados Unidos e os seus compagnons de route, Canadá e Colômbia, não se sentem desconfortáveis com a actual situação, que na aparência, mas apenas na aparência, também reprovam. E, assim, o golpe das Honduras representa nos últimos anos a primeira vitória da aliança anti-chavista, obtida pelo processo clássico – o golpe.
É muito provável que, neste contexto, mais tarde ou mais cedo, a resposta ocorra, quando se justificar e as circunstâncias o permitam, à margem dos cânones tacitamente acordados. Resta saber quem, nesta guerra, ficará a ganhar. A experiência demonstra que o mais forte tem mais a ganhar com este tipo de acções do que aqueles que legitimamente lutam pela emancipação dos seus povos e pela defesa dos seus interesses sem tutelas, nem subserviências.
Obrigado pelo texto elucidativo... é aflitivo ver que ninguém se atreve a interpretar o que a realidade torna evidente... porque não interessa ou não conseguem pensar por si próprios?... Obrigado pela clareza da voz e a lisura do pensar.
ResponderEliminarAbraço.