quarta-feira, 22 de julho de 2009

MAIS ARGUIDOS NO CASO BPN




MAIS NOMES SONANTES DO PSD


Há mais arguidos no caso BPN. E um deles é também um ex-ministro de Cavaco Silva. Depois de Oliveira e Costa, preventivamente detido, agora em prisão domiciliária, e de Dias Loureiro – ambos membros importantes dos governos de Cavaco Silva, o segundo merecedor, até há bem pouco tempo, da confiança política e pessoal do Presidente da República, como membro do Conselho de Estado – também Arlindo de Carvalho é suspeito da prática de crimes em negócios relacionados com o BPN e com a SLN.
Há aqui uma coincidência que tem o significado que tem e que por mais hipocrisia que se ponha na escrita não pode ser evitado. E esse significado é o de que há membros dos Governos de Cavaco Silva, que, depois de terem deixado de desempenhar aquelas funções, são suspeitos, na sua actividade profissional, da prática de crimes cujos efeitos os portugueses em geral e os contribuintes em particular vão ter de pagar. Dir-se-á que ainda nada está provado e que nem sequer acusação há. É verdade: mas o que já foi apurado noutras sedes é mais do que suficiente para que não haja grandes dúvidas sobre o que foi feito e por quem. Cabe ao Ministério Público ter um mínimo de eficácia.
Cavaco Silva nada tem a ver com que o que se passou, nem minimamente pode ser atingido na sua honorabilidade, como cidadão, pelo facto de membros importantes de governos seus serem agora suspeitos do que se sabe. Certamente que não. E sobre isso ninguém tem dúvidas. Agora, o que ninguém poderá negar é a coincidência de tais pessoas terem estado nos dois lados, no governo e, mais tarde, no grupo financeiro onde aconteceram os negócios ruinosos que levaram à nacionalização do BPN para evitar a sua falência. E estas coincidências, em política, têm um preço, por maior que tenha sido a boa-fé de quem, no passado, escolheu aquelas pessoas para membros do governo. Pessoas em que Cavaco, quando já não desempenhava funções políticas, continuou a confiar, tanto assim que investiu parte das suas poupanças em títulos, não cotados em bolsa, desse grupo financeiro. Títulos que, segundo o Expresso, mais tarde vendeu nas condições que aquele jornal também publicitou.
Tudo isto é verdade…só que as coincidências mantêm-se. E essas coincidências não podem deixar de ter efeitos políticos e eleitorais.

3 comentários:

  1. Concordo, mas vou mais longe e não me limito a casos de polícia. As vias rápidas entre a política e os negócios também são notórias no PS: Vitorino, Pina Moura (e o seu SE Nogueira Leite, que nem era do PS), Jorge Coelho, Augusto Mateus, etc. E isto para não falar nos tempos das patacas macaenses.

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  2. Sim, certamente. Só que agora estávamos a falar do outro segmento do Bloco Central.
    CP

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  3. Zé, tenho alguma dificuldade em falar num dos segmentos sem falar no outro.

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