terça-feira, 14 de julho de 2009

OS CUIDADOS DE SAÚDE EM ESPANHA PARA IMIGRANTES

COMO EXPLICAR O SUCEDIDO?


Os factos falam por si. Em Madrid, capital de Espanha, uma das maiores economias mundiais, um país com rendimento per capita elevado, uma marroquina de 19 anos, grávida de 28 semanas, com residência em Espanha, dirigiu-se ao Hospital Gregório Marañon por se sentir doente. Foi lá uma vez, foi duas, foi três, tendo-lhe à quarta vez, cinco dias depois da primeira, sido diagnosticada a gripe A. Foi internada. A doença evoluiu gravemente e, perante a mais que provável morte da paciente, os médicos resolveram abreviar o parto, por cesariana, que decorreu com êxito apesar de se tratar de um parto muito prematuro. O bebé nasceu são e sem infecção gripal.
Pouco depois a bela Dalila, assim se chamava a doente, morreu. Foi a primeira vítima da gripe A em Espanha. O marido responsabilizou o hospital pelo sucedido.
Ontem morreu o filho, que continuava na incubadora, naquele hospital. Morreu de embolia, porque uma enfermeira da UCI, no seu primeiro dia de trabalho na unidade, ministrou a alimentação do bebé por via intravenosa, quando o deveria ter feito por sonda gástrica. O pai da criança acabava de regressar de Marrocos, onde tinha ido sepultar a mulher.
É difícil dissociar as ocorrências da nacionalidade das vítimas. Pode não ter nada a ver uma coisa com a outra. Mas é difícil não ligar as duas coisas. Salvo raras, muito raras mesmo, excepções, a Europa de Cascais aos Urais não prima pela defesa dos princípios da igualdade racial. Tem a retórica, faz uso indiscriminado dela, mas tanto no plano simbólico, como dos resultados efectivos, a realidade está muito aquém da retórica.

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