sábado, 12 de setembro de 2009

AFINAL, QUEM MENTE?




O COMPROMISSO COM A VERDADE É IRMÃO GÉMEO DO COMPROMISSO PORTUGAL

Terminado o debate fica-se com a impressão de que quem esteve a defender-se do princípio ao fim foi a dirigente do PSD e não quem governou o país nestes últimos quatro anos.
Há, como se sabe, duas formas de mentir, embora a maior parte das pessoas ache que somente mente quem deturpa propositadamente a verdade, relatando os factos de forma diferente daquela que na realidade aconteceram ou que se supõe, de boa fé, que aconteceram. Mente também, e porventura mais perfidamente, quem omite propositadamente a verdade. E isso é absolutamente claro no programa do PSD. Ferreira Leite esconde o que pretende fazer na saúde, na segurança social e na educação. Isso politicamente é claro tomando por referência o que ela disse vezes sem conta como elemento destacado do partido, principalmente quando não tinha as responsabilidades que hoje tem. Disse-o no Algarve nas jornadas parlamentares promovidas por Santana Lopes, disse-o em entrevistas nos jornais e, quando apanhada, nega, ou seja, mente hoje sobre o que disse ontem.
Mas esta questão de pôr a política dependente do carácter de quem a faz e não das propostas e das políticas apresentadas é grave e tem antecedentes históricos conhecidos. No fundo, é uma variante da velha e sempre muito actual questão: governo da lei ou governo dos homens. Voltaremos a este tema autonomamente, mas desde já adiantamos que não há reaccionário que se preze que não defenda o governo dos homens contra o governo das leis. Realmente a lei liberta e o homem oprime. A lei é igualitária e o homem é discriminatório…
Voltando ao debate. Vê-se que o seu compromisso com a verdade é irmão gémeo do compromisso Portugal.
Além disso não tem qualquer rigor nas citações e menções que faz e tem uma completa falta de gosto quando quer fazer qualquer tipo de invectiva pessoal. É falso, por exemplo, que o governo Guterres tenha governado por abstenção do PSD. Os votos do PSD e do CDS (se este estivesse disposto a isso, e, na altura, parece que não estava) não eram suficientes para derrubar o governo, tanto na primeira como na segunda legislatura. Também não é verdade que o PSD somente tenha governado durante dois anos e meio, depois de Cavaco.
E há uma completa falta de gosto quando se diz que daqui a 10 anos Sócrates (pessoa) já não estará aqui, ou que mata o pai e a mãe para não sei quê ou quando apela ao nacionalismo bacoco anti-espanhol.
A omissão das portagens nas SCUTS, a omissão do SNS, a abertura para a privatização na segurança social, a mudança de posição quanto ao processo de avaliação dos professores, enfim, o oportunismo político do programa do PSD é uma forma de mentira.
Em conclusão, no imaginário popular e no imaginário do PSD esta Senhora só está no lugar que ocupa, porque se pensa que ela tem o apoio de Cavaco. Pelas suas competências e capacidades não iria lá. E isto levanta um problema complicado a que recorrentemente temos aludido: é muito grave para o sistema político português que o Presidente da República assuma poderes executivos e ultrapasse de facto as suas competências constitucionais.

1 comentário:

  1. A MFL só se defenderia caso tivesse argumentos..mas nem isso.!E, não obstante disso, renegou as suas próprias afirmações. Ainda bem que o "nosso", ainda, Primeiro "a" deixou falar...
    Talvez seja melhor comentar o lado bom do debate: diminuição da mortalidade infantil, aumento de "reformas"...etc, etc, etc. MFL disse tudo o que é quando, mais uma vez, apela ao silenciar dos nuestros hermanos..

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