A QUESTÃO DA DÍVIDA
Vários economistas americanos, entre eles Stiglitz, são de opinião que a crise mundial vai manter-se por alguns anos, não obstante o ténue crescimento verificado em alguns países. Bruxelas considera que a situação na Europa melhorou depois do verão, mas é igualmente de opinião que as melhorias verificadas estão directamente relacionadas com os estímulos orçamentais, de tal modo que, se estes cessassem, a situação regrediria.
Esta conclusão demonstra mais uma vez que a Presidente do PSD está errada e que em matéria de economia actua com a mentalidade de uma modesta dona de casa. Quando luta contra o investimento público com o argumento de que tal investimento limita o crédito para o investimento privado, MFL não compreende o que se está a passar na economia.
A questão do endividamento é uma questão comum a todos os países da União e se em 2008 (últimos números) a média de endividamento é de 69,3% do PIB para os países da zona euro e de 61,5% para os países da EU (a média portuguesa é 66,4%), ela será em 2020 cerca de 120% do PIB, havendo países, como a Irlanda e o Reino Unido, com uma dívida da ordem dos 200% e 180%, respectivamente.
A dívida agravou-se e agravar-se-á em todos os países em consequência da crise e a sua responsabilidade última, contrariamente ao que supõe MFL, não pertence a este ou aquele, mas ao sistema capitalista neoliberal e à sua injustíssima distribuição de rendimentos. Tendo-se acentuado drasticamente a concentração da riqueza e aumentado correspondentemente as taxas de exploração, o crédito, nomeadamente o crédito ao consumo das famílias, funciona como uma falsa e ilusória democratização da economia.
Mas, como vai entender isto uma Senhora tão conservadora e retrógrada?
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