O USO RIDÍCULO DE CERTOS CONCEITOS
Há temas que pessoas de uma certa idade só deveriam abordar se pessoalmente estiverem em condições de o poder fazer. Que um jovem de vinte ou de trinta anos ou um homem maduro de quarenta ou mesmo de cinquenta anos fale levianamente de asfixia democrática, até pode compreender-se porque tais pessoas, salvo em escassa medida as de cinquenta anos, não fazem a menor ideia do que é viver politicamente sem liberdade. E, nessa ingénua medida, podem supor que qualquer pequena dificuldade dos dias de hoje é comparável com a situação vivida em ditadura.
Mas que quem tem quase setenta anos e viveu mais de trinta em ditadura, sem que haja registos públicos ou privados de alguma vez se ter politicamente insurgido mediante a participação em movimentos de contestação ao regime, qualquer que tenha sido a natureza desse movimento, contra o clima de opressão então vivido, venha agora, em democracia política, falar em asfixia democrática é de uma desfaçatez e de uma ousadia que não lembrariam ao mais temerário dos políticos.
Dois dias porém chegaram para que MFL, junta com Jardim, de quem igualmente se não conhece qualquer distanciação do anterior regime, visse com os seus próprios olhos o que é governar com total desrespeito pelos seus opositores e pelos jornalistas em geral. Para além dos insultos, fica também claro o que tal gente pode vir a fazer para não ter de se sujeitar a perguntas incómodas.
A história também demonstra que aqueles que repetidamente falam em “princípios” ou em “valores” são sempre os menos tolerantes e os que mais rapidamente deixam a descoberto a incoerência da sua conduta.
A democracia é a aceitação plural da sociedade tal como ela hoje é, sem valores absolutos nem princípios mais válidos que os do meu vizinho, cumpridas que sejam as normas que a própria sociedade estabelece para a vida em comum.
Há temas que pessoas de uma certa idade só deveriam abordar se pessoalmente estiverem em condições de o poder fazer. Que um jovem de vinte ou de trinta anos ou um homem maduro de quarenta ou mesmo de cinquenta anos fale levianamente de asfixia democrática, até pode compreender-se porque tais pessoas, salvo em escassa medida as de cinquenta anos, não fazem a menor ideia do que é viver politicamente sem liberdade. E, nessa ingénua medida, podem supor que qualquer pequena dificuldade dos dias de hoje é comparável com a situação vivida em ditadura.
Mas que quem tem quase setenta anos e viveu mais de trinta em ditadura, sem que haja registos públicos ou privados de alguma vez se ter politicamente insurgido mediante a participação em movimentos de contestação ao regime, qualquer que tenha sido a natureza desse movimento, contra o clima de opressão então vivido, venha agora, em democracia política, falar em asfixia democrática é de uma desfaçatez e de uma ousadia que não lembrariam ao mais temerário dos políticos.
Dois dias porém chegaram para que MFL, junta com Jardim, de quem igualmente se não conhece qualquer distanciação do anterior regime, visse com os seus próprios olhos o que é governar com total desrespeito pelos seus opositores e pelos jornalistas em geral. Para além dos insultos, fica também claro o que tal gente pode vir a fazer para não ter de se sujeitar a perguntas incómodas.
A história também demonstra que aqueles que repetidamente falam em “princípios” ou em “valores” são sempre os menos tolerantes e os que mais rapidamente deixam a descoberto a incoerência da sua conduta.
A democracia é a aceitação plural da sociedade tal como ela hoje é, sem valores absolutos nem princípios mais válidos que os do meu vizinho, cumpridas que sejam as normas que a própria sociedade estabelece para a vida em comum.
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