QUEM APOIAR?
Vi dois debates entre os candidatos às autárquicas do Porto e um entre os de Lisboa. Conhecia mal a situação do Porto, salvo aquela que entra pelos olhos dentro de quem lá se desloca.
A primeira vitória de Rui Rio aqui há uns anos atrás apoiou-se num bom princípio: tornar a Câmara independente do presidente do FCP. Foi um bom princípio, mas por ai se ficou. O segundo mandato, com maioria absoluta, a avaliar pelo que dizem os seus opositores, terá sido pior do que o primeiro.
Nas eleições de domingo, Rui Rio vai defrontar-se com uma candidata do PS que concorre numa posição muito particular: acabou de ser eleita para o Parlamento Europeu há 4 meses. De certeza que um dos dois eleitorados que a sufraga sairá enganado. Ou o de Junho ou o de Outubro. Pelo que vi não acrescenta nada a Rui Rio: o que lhe tira em especulação imobiliária (Bairro do Aleixo e outros) vai dar-lhe na dependência a outros poderes fácticos, muito poderosos no Porto. Bem, há ainda a cultura, mas nisso de cultura não há nada como ver para crer. O exemplo do governo central não favorece quem do mesmo lado pretende privilegiar esta área como tema de campanha.
Em Lisboa, a gente sabe como a cidade está e sabe também de quem é a culpa. Ao longo dos anos o PS e o PSD têm dividido irmãmente entre si o campeonato do “quem faz pior”. Sempre que os grandes interesses falam, Lisboa cala-se, principalmente se quem lá está é da mesma cor de quem governa. Além de que a presidência da Câmara tem infelizmente servido para muitas coisas que nada tem a ver com a gestão do município.
Vistos os debates, ouvidos os candidatos, eu que não conto ser candidato a presidente da república, nem acalento essa esperança, não tenho necessidade de apoiar António Costa.
Nas autárquicas não tenho qualquer dúvida. Tanto no Porto como em Lisboa, os meus presidentes seriam o Rui Sá e o Rúben de Carvalho. Quantos votos eu tivesse, quantos votos lhes daria. Porquê? Porque são os mais competentes, os mais conhecedores dos problemas da cidade, os mais empenhados em resolvê-los no interesse de todos …e, enfim, porque são indiscutivelmente os mais sérios!
Nem mais! Está tudo dito!
ResponderEliminarMais sérios? Duvido!
ResponderEliminarAinda não há muitos anos o Ruben se candidatou por Setúbal, foi eleito vereador e abandonou o barco logo no início. Não sei porquê, mas salta à vista a pouca visibilidade do cargo e a relativa curta remuneração. Deve haver outra forma de exercer a democracia, talvez deva ser exigida mais formação a quem se queira aventurar na politica??
Assim, a descrença é total, já ninguém acredita em ninguém, batemos no fundo! Li agora no DN que o Isaltino está à frente nas sondagens, a confirmar-se estas previsões, acho que o povo está endoideceu de vez!
Mais sérios?
ResponderEliminarNão foi Rui Sá que viabilizou o primeiro mandato de Rui Rio e foi vereador a tempo inteiro.
É bem verdade que Rui Rio é de esquerda e merecia!
Arranje outros argumentos, diga que são os menos maus, por exemplo!
duarte
Como já disse não conheço a situação do Porto tão bem como a de Lisboa. Devo confessar que não compreendo por que razão Rui Sá não deveria governar a cidade com Rui Rio no primeiro mandato. Em si, o facto não é bom nem é mau. Depende do uso que depois se fizer do poder. E como o Porto vinha das presidências e maiorias PS, nos termos que se conhecem, e que ditaram a sua derrota em 2003, nada mais natural do que viabilizar um executivo caso a caso.
ResponderEliminarQuanto a Ruben não ter exercido o lugar de vereador em Setúbal, desconheço os pormenores. Apenas posso dizer que esse facto não consta da sua biografia. Não o pondo, porém, em causa, não vejo que a renúncia a um lugar para que se foi eleito constitua, sem mais, motivo de reprovação e, menos ainda, de falta de seriedade.
JMC Pinto