UM JUSTO PRÉMIO
Raramente alguém na política internacional terá merecido mais este prémio do que Barack Obama. Em menos de nove meses alterou profundamente a política externa americana: rompeu, no discurso do Cairo, com o pensamento neoconservador, dominante na América desde Reagan, com a breve excepção de Bush-pai; alterou a politica americana relativamente à Europa de Leste, à Rússia e ao Cáucaso, substituindo uma política belicista agressiva por uma política dialogada que coloca a paz em primeiro plano; estendeu a mão ao Irão, como nenhum outro político americano o fez desde Carter; pressionou Israel, ainda sem êxito, mas com persistência com vista à criação de um Estado palestiniano viável e correspondente cessação e desmantelamento dos colonatos; acabou com a tortura como método de investigação e ordenou o encerramento de Guantánamo, porventura o feito menos relevante no actual momento histórico, não fora a América ter regressado à barbárie com Bush, Cheney, Rumsfeld e outros criminosos de direito comum; mantém, é certo, a guerra no Afeganistão que, embora legal do ponto de vista do direito internacional, está condenada ao insucesso, sendo, todavia, previsíveis assinaláveis mudanças em prazo não muito longínquo; finalmente, restaurou por mérito próprio, exclusivo, o prestígio da América e a confiança no mundo, fazendo crer, com o seu entusiasmo e o seu exemplo, a biliões de pessoas que é possível uma vida melhor.
A atribuição do prémio Nobel da paz a Barack Obama constitui uma grande vitória para todos os que acreditam que é possível mudar o mundo para melhor e uma derrota para os cínicos que nos quatro cantos do mundo desencorajam os povos de lutar pela sua felicidade. Ainda uma derrota para a direita fascista e racista americana, e em geral para os sectores mais reaccionários acobertados pelo Partido Republicano que têm movido uma campanha violenta contra Barack Obama.
Como vê o Correia Pinto a reacção de Jerónimo de Sousa à notícia do Nobel da Paz? Não lhe parece sintomática?
ResponderEliminarAs declarações de Jerónimo de Sousa, que não conhecia, são obviamente inaceitáveis e incompreensíveis. Confundir o imperialismo americano com Obama é coisa que a direita e a meia-direita americana não fazem.
ResponderEliminarCP
Imcompreensivel é que alguem veja alterações na politica americana. Como é que os povos que lutam pela sua felicidade contam com Obama? No Iraque, no Afeganistão, nas Honduras, na Colombia ...
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