MAS TERÁ MUDADO DE RUMO?
Depois de uma direcção politicamente muito empenhada, com defesa exacerbada das políticas de Bush e da base ideológica que as sustentava, com óbvios reflexos na política interna, o Público, na sequência de mais uma actuação manifestamente desastrosa de JM Fernandes, resolveu mudar de director. A questão está, porém, em saber se também terá mudado de rumo.
O editorial de hoje, sobre a corrupção, assenta na mesma visão unilateral e parcial do anterior director. Certamente que há uma grande promiscuidade entre os negócios e a política. É verdade que o pântano germina no Estado. É igualmente certo que se assiste impunemente à criação de redes de negócios ilícitos com a colaboração de gente do PS. Mas com o PSD não se passa nada? Com toda aquela gente que andou pelos governos Cavaco não aconteceu nada. Não foram eles que acabaram por causar o maior prejuízo ao erário público, desde o 25 de Abril, com o que fizeram no BPN? E com o CDS no escasso tempo em que esteve no Governo também não se passou nada? Não há investigações em curso sobre submarinos, sobreiros e sabe-se lá mais o quê tantas eram as incumbências de um verdadeiro “cavalheiro de indústria” que o CDS tinha nas proximidades dos gabinetes ministeriais, também a contas com a justiça?
Infelizmente, o problema é muito mais grave e atinge todos os governos posteriores à Revolução, ou seja, constitucionais, embora com diferentes intensidades.
Protegem-se uns aos outros ...
ResponderEliminarÉ claro que não mudou. Só mudaram as moscas
ResponderEliminarIsto, para um simples cidadão, como eu, sem acesso aos mentideros da política e sem iniciação aos códigos por que se rege, é tudo muito engraçado! Relativamente aos Sr. J.M.F., lembro-me de numa das arengas que em conjunto com outros prelectores das nossa TVs, em que pontificava muito assiduamente, ter defendido e ter conclamado os outros "responsáveis" da Comunicação Social para, não se deixarem tentar, para evitar que os respectivos Orgãos, incluindo óbviamente o seu jornal, se transformassem em caixas de ressonância das movimentações sindicais e sociais que se adivinhavam para o fim do Verão (quase literal). Estávamos, então, no início, aliás ainda se delineavam, das famosas reformas de Sócrates. Até se babava embevecido com a "coragem" do PS para levar para a frente o que a Direita sempre pretendeu fazer mas nunca teve condições políticas para concretizar. É engraçado como depois mudou tão radicalmente (?) de campo. Será porque anteviu (anteviram?) a possibilidade de a "Direita" poder retomar o poder agora que o terreno estava desbravado? Terá sido por causa dos negócios do patrão com o Governo? Tudo junto e mais alguma coisa? Não, não foi por causa da claustrofobia ... Aliás, foi notória a preparação de muita gente por volta das Europeias, para mudar de carruagem, incluindo muita gente da classe empresarial, não falando, claro, da classe gestora dos IPs, das EPs e adjacências.
ResponderEliminarOnde escrevi claustrofobia, queria escrever "asfixia", a famosa asfixia.
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