sexta-feira, 12 de março de 2010

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO



DIFÍCIL DE COMPREENDER A POSIÇÃO DO BLOCO

No próximo dia 17 de Março discutir-se-á no Parlamento a âmbito da Comissão de Inquérito sobre as questões relacionadas com as suspeitas de controlo governamental de certos sectores da comunicação social. Segundo as notícias hoje vindas a público, os dois partidos promotores da ideia, PSD E BE, não estão de acordo quanto ao âmbito da Comissão: o PSD quer ouvir o Procurador Geral da República e conhecer os despachos de arquivamento relativos às escutas em que interveio o PM, enquanto o BE afasta completamente esta ideia.
Salvo melhor opinião, este poderia ser o único assunto com verdadeiro interesse a esclarecer na Comissão. Por duas razões muito simples:
Em primeiro lugar, porque em relação ao PM não se vai apurar na Comissão Inquérito nada de muito diferente do que já se apurou nas audições da Comissão de Ética; as pessoas ouvidas vão dizer rigorosamente a mesma coisa que já disseram, de forma mais educada e cautelosa, sendo de prever que os detentores do capital das empresas envolvidas sufraguem com toda a convicção as posições que o PM tem defendido.
Em segundo lugar, porque, como aqui se tem dito, a generalidade das pessoas acha normal que o Governo minta e nem sequer considera grave uma mentira sobre uma matéria como a que está sob investigação; mas já considera grave o clima de suspeita que se instalou relativamente ao procedimento das entidades judiciais encarregadas da investigação criminal; por isso, no próprio interesse destas e da transparência destas actividades haveria todo o interesse em que aquelas suspeitas fossem investigadas e dissipadas.
Uma Comissão de Inquérito que tenha apenas por objecto o PM acabará por desgastar mais os partidos que a promovem do que o investigado e servirá os interesses eleitorais do candidato presidencial da direita por deixar sem grande objecto de conversa o candidato da esquerda durante todo o período de duração da comissão

2 comentários:

  1. Já nada me surpreende no Bloco. Andava eu pela direção do MDP, no fim dos anos 80, fui eu que conduzi um processo de conversas para constituição do que hoje é o BE. Imaginam, nessa altura? Um dia destes perco o pudor de não exibir as minhas histórias pessoais e conto o que foram as minhas conversas com Louçã/Savonarola e com Fazenda a impingir-me as virtudes albanesas, bem como contarei o que foi, mais tarde, a OPA ao MDP feita pelo grupo do Miguel Portas e que fez terminar, creio que para o resto da minha vida, qualquer hipótese de trabalho partidário.
    Digo com todas as letras: para mim, o BE é uma fraude política. E estou convencido de que o posso provar. Simplesmente, falta-me tempo e pachorra.

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  2. A magnifiência do pequeno país das águias e do seu Grande líder, Enver, nunca me conseguiram impingir, mas impingiram-me outras patranhas.

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