domingo, 27 de junho de 2010

A MEDIOCRIDADE NACIONAL



O DESPEITO

Filho infeliz pela atenção que a mãe dedicava a Álvaro, estudante medíocre, escritor falhado, sem norte na vida, ruma a Inglaterra como súbdito do Império na esperança de obter um grau académico concedido pelas tradicionais facilidades com que as metrópoles tratam os ex-colonos.
Alcançado o objectivo, juntamente com centenas de outros oriundos da África, Pacífico e Caraíbas, regressa à Pátria para colher as vantagens do 25 de Abril. Tenta a televisão. É ridicularizado por Salgado Zenha num programa sobre o divórcio. Incapaz de se exprimir oralmente, procura emprego nos jornais. Simultaneamente ascende à categoria de professor por via administrativa.
Traindo as tradições familiares, liga-se à direita que o aproveita como “idiota útil”. Não há notícia da sua passagem pelo Parlamento, nem pelo Governo, embora tenha lá estado. Escreve umas historietas sobre factos passados, a que a grande intelectual Manuela Moura Guedes chama história com h grande.
Desacreditado intelectualmente e muito debilitado pela exposição pública que Mónica fez das suas fragilidades, vinga-se em Saramago num acesso vesgo de despeito e inveja.
É esta a nossa direita!

10 comentários:

  1. Doutor Correia Pinto, peço desculpa pela ignorância, mas como é que se chama esse desgraçado?

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  2. Eu posso responder: VPVCG, mais conhecido como VPV

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  3. Caro Amigo JMCorreia Pinto,

    Excelente como sempre e com uma irónica mordacidade...
    Fiz link para "A Carta a Garcia".
    Abraço,

    OC

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  4. Direita?
    Se o meu caro, o diz!
    É que mais parece, pelo Curriculo que faz, um caso do foro da psiquiatria...
    Como é que é o tal aforismo bíblico sobre a pobreza do espírito?

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  5. Caro amigo JM Correia-Pinto,
    Fiz link... naturalmente!!!
    Obrigado :)
    Um grande abraço.

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  6. untuallDr. Correia Pinto: Leio com muito gosto.Desde que o blogue do JMF o sinalizou. Mas desta vez, não concordo Absolutamente Nada com o retrato que faz do imenso VPV. Quem se impôs- da forma livre, nonchalente e de grande rigor estético-a ser requestado, sucessivamente, por Soares, Eanes, Sá Carneiro, da forma como de integrou e afastou, só com uma inteligência e uma personalidade muito fortes se aguentava em tantas metamorfoses. E o que a Filomena Mónica escreve no Auto-Retrato só pode ser lido como uma prova de imenso amor, freudianamente falando, claro! Niet

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  7. Anónimo 27 de Junho de 2010 17:48,

    muito obrigado.

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  8. Nesta conversa chocarreira como o inefável Vasquinho merece, entro com uma boutade fofoqueira. Como nota o Anónimo, o rapaz é de seu nome completo Vasco Pulido Valente Correia Guedes. O pai Correia Guedes era homem respeitável mas, pelos vistos, enjeitado pelo filho, que isso de Pulido Valente marcava mais pontos como respeitabilidade herdada. Simplesmente, não gosto de quem não usa o nome do pai, mesmo que seja uma convenção vestigialmente patriarcal. Parece-me sempre que é filho da mãe.

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  9. Caro Correia Pinto:

    Como te disse por email, sublinhei o teu texto no GZ, enquadrando-o.

    Abraço.

    RN

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