sexta-feira, 1 de outubro de 2010

NOTAS SOLTAS II




SOBRE O ORÇAMENTO E A CRISE

A sra. Dona Primeira Dama de Sintra levou à Grande Entrevista, ou a algo parecido, três conhecidos economistas para falarem sobre o programa de austeridade que enformará o Orçamento do Estado do próximo ano.
Silva Lopes, visivelmente envergonhado com a situação dos reformados com reformas milionárias, lá foi dizendo que os cortes não deveriam apenas ser aplicados aos salários, mas também às reformas. Depois desancou na transferência do fundo de pensões da PT – de facto, um acto de grande irresponsabilidade e de funestas consequências para as gerações futuras. E é de opinião que se deve vender já o submarino. Embora tenha plena consciência que a situação em que hoje se está se vai manter por vários anos e, porventura, até agravar-se, não deixou uma palavra sobre como “dar a volta a isto”, a não ser, implicitamente, pela via das “medidas clássicas”. Ou seja, sobre a questão de fundo nem uma palavra.
Cantigas Esteves, outro dos convidados, não parece fazer a menor ideia de como tudo isto aconteceu, salvo pela via do raciocínio do homem comum. Gastou-se de mais, os trabalhadores receberam salários exagerados, as famílias endividaram-se excessivamente, importou-se muito, exportou-se pouco, etc.. Assim é que é falar. Com estes diagnósticos ficamos todos curados sem aumentar a despesa…
Finalmente, Salgueiro ouviu, calado que nem um rato, o rebate de consciência de Silva Lopes sobre as pensões; garante que a nossa situação económico-financeira não tem nada a ver com a crise; e acha que o orçamento é mau, porque não está feito o diagnóstico, ou seja, quer mais “sangue”. Depreende-se das alusões acríticas ao que ainda aí vem – a factura das parcerias e o BPN – que isto não chega.
Há qualquer coisa na economia que torna a grande maioria dos seus cultores limitados, independentemente da malandragem que lhes possa estar associada.

Outro tema: a situação da Irlanda e da Espanha.
Afinal o défice da Irlanda não vai duplicar o do ano passado. Vai triplicar! Trinta e tal por cento é o esperado. Viva o programa de austeridade irlandês e os seus resultados!
E a Espanha, que começava a ser tão gabada pela reacção nacional, viu uma das mais famosas gências (daquelas que actuam em parceria com os predadores) baixar-lhe o rating e – imagine-se – assistiu atónita a um artigo publicado hoje num influente blogue do Financial Times, com base em informações colhidas em fonte desconhecida, denunciando grave manipulação nos últimos números publicados pelo INE, como, por exemplo, a queda do PIB ter sido de 17,3% e não de 3,1%. O blogue do FT mais tarde retirou o artigo, mas a confusão está lançada.
E Zapatero ficou a saber que a traição não compensa. O beija-mão aos predadores de Wall Street deu nisto!
Um conselho: estude mais Roma e o Império Romano e menos UE …

4 comentários:

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