quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

QUEM ESCOLHEU O GOVERNADOR DO BANCO DE PORTUGAL?




ESTE NEM SEQUER DISFARÇA

O capital financeiro inventou “essa coisa” de o banco emissor de um Estado dever ser independente. Independente dos órgãos de soberania, nomeadamente do Executivo e do Legislativo, não do capital.
Os alemães até chegaram a dizer que o “dinheiro” deveria ter um tratamento igual ao dos tribunais. Deveria ser independente, inamovível, etc. e tal. Só não disseram que deveria passar a ser tratado como órgão de soberania. E compreende-se porquê. Porque o capital financeiro dá-se mal com essa ideia de ser um órgão de soberania como os outros. Ele quer ser um “órgão de supremacia”.
É neste contexto que devem ser interpretadas as intervenções do Governador do Banco de Portugal em tudo que diga respeito ao sacrossanto direito dos credores agiotas. Já foi assim em Novembro do ano passado e voltou a ser agora.
O mais lamentável é que há quem, em lugares de responsabilidade, não seja capaz de resistir a esta voragem.
Quem escolheu este Governador? Foi o Governo? Foi Cavaco Silva? Foi imposto por Bruxelas? Será que o Governo conhecia mesmo bem aquele que propôs para substituir Constâncio? Será que o Governo desconhecia o discreto, mas eficientíssimo papel, desempenhado por Carlos Costa, enquanto chefe de Gabinete do Comissário Deus Pinheiro, na imposição dos modelos neoliberais nos países em desenvolvimento, nomeadamente nos ACP (África, Pacífico e Caraíbas) na esteira dos ditames do FMI e da subserviente Comissão Europeia? Será que o Governo sabia ou sabe que foi nesse período que o FMI e seus acólitos (e entre os acólitos está sempre, na primeira linha, a UE, via Comissão) praticaram as maiores “barbaridades” na imposição do “consenso de Washington”?
Se sabia, então não se queixe!

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