O NEOLIBERALISMO GANHA APOIOS EXPLÍCITOS
O Manifesto que o Expresso hoje publicou assinado por 47 personalidades mais não é do que um apelo à execução do “Compromisso Portugal”, há anos defendido apenas pelos neoliberais declarados.
Mas como não há política neoliberal sem a cumplicidade dos neoliberais ocultos, dissimulados, escondidos, aí estão eles hoje na sua verdadeira pele, fazendo um apelo ao apoio conformado e dócil das políticas do FMI, aplicadas com a mesma rigidez ideológica, o mesmo sectarismo político, a mais completa insensibilidade social, com que, principalmente, a partir do início da década de 90 do século passado, foram aplicadas aos pobres países subdesenvolvidos com as consequências funestas que se conhecem.
Com uma agravante de peso: as mesmas receitas, sem desvalorização cambial.
De nada serviram os muitos milhares de páginas com que Stiglitz (entre tantos outros) descreveu e criticou violentamente as intervenções da execrável instituição. Desse esforço de lucidez em prol dos vindouros resta para alguns dos que por cá então o apoiaram a hipocrisia desse aplauso, imediatamente lançado para trás das costas, quando o problema se passou a pôr no seu próprio país.
O Manifesto é uma vergonha não para a direita neoliberal que o promoveu, nem tão-pouco para os que pela total ausência de carácter já passaram pelos mais diversos quadrantes políticos, desde o salazarismo ao socratismo, nem mesmo para os idiotas úteis que os há em todas as épocas históricas e que medram como ervas daninhas nas conjunturas favoráveis, mas principalmente, muito principalmente, para os que já exerceram altas funções com votos de esquerda e sempre, pelo menos na retórica, se tinham mantido à margem da defesa de tais políticas.
Para estes, a assinatura do apelo à execução concertada e conformada do “Compromisso Portugal”, na versão radical FMI/FEEF, ilegitimamente ditado e imposto pela via anti-democrática e anti-nacional, ficará como uma marca indelével da sua personalidade política, doravante marcada pela duplicidade nas horas difíceis, pela falta de coragem e pela completa ausência de lucidez política sobre as consequências práticas das políticas que defendem.
Hoje, mais do que nunca, é preciso substituir de alto a baixo a classe política que governou Portugal desde a democracia constitucional de 1976!
Zé, deixa-me fazer de Sancho Pança, aquele que diz o que achas que não deves dizer. É óbvio que o teu texto tem um destinatário e eu também me ressinto por que esse destinatário mereça o texto, mas também o nome que aqui vou deixar. Jorge Sampaio, simbolo de muita coisa da nossa juventude. Estamos velhos, meu caro, e a ver envelhecer tristemente os companheiros. Ao menos que não envelheçamos nós.
ResponderEliminarSubstituir como?
ResponderEliminarSe o povo é quem mais ordena!
Pois, é importante substitui-los. Mas como é isso possível sem democratizar os media, principalmente a televisão?
ResponderEliminarSanta ingenuidade! Estao la todos, os chupistas. Nao ha remedio. Posicionam-se para continuar a mamar. Como o tal destinatario que quando estava no poleiro alertava os jovens alto e bom som para que nao esperassem que o estado os viesse a empregar a todos... mas pela calada la foi arranjando sinecuras para os filhinhos...no estado, claro!
ResponderEliminarEstou a assistir o congresso do PS.Meu Caro Dr. Correia Pinto..E se todos nos vestirmos de Preto.Sera boa idea?
ResponderEliminarO teu comentario vale A+
Um abarco
Um Grande Post!
ResponderEliminarQue subscrevo inteiramente.
Abraço cordial.
P.Rufino
Se houvesse algumas dúvidas este manifesto ajuda a clarificá-las. Todos aqueles que se diziam defensores dos mais pobres e desfavorecidos da sociedade portuguesa e tiveram responsabilidades políticas no rumo da nossa democracia, de que lado é que estão? Mentira e hipocrisia transportam-nas com eles. Claro que, actualmente atingiram proporções não julgaríamos possível.
ResponderEliminar«O Manifesto é uma vergonha não para a direita neoliberal que o promoveu» O «pai» não será Soares? É o que consta...
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