INTERESSA CONTINUAR?
A Politeia faz hoje quatro anos. A maior parte dos mais de dois mil posts aqui publicados foram escritos com entusiasmo. Não certamente com o entusiasmo de quem julgava que iria mudar o mundo mas antes com a convicção de quem permanentemente estava fazendo um esforço para apresentar as coisas de um modo diferente do habitual.
O horror aos lugares comuns, às falsas explicações acriticamente repetidas em cadeia e ao eco acefalamente reproduzido a partir das intervenções dos fazedores de opinião foram o principal alvo deste blogue. Mas há uma altura a partir da qual quem escreve começa a sentir que está a incorrer nos mesmos vícios daqueles que critica: a originalidade começa a escassear, as ideias tendem a repetir-se e falta de entusiasmo começa a manifestar-se.
Dai a pergunta: interessa continuar?
É um fenómeno curioso:
ResponderEliminarO país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto.
Falta-lhe o romantismo cívico da agressão.
Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.
Miguel Torga (1961)
Numa entrevista... um jornalista da TVI disse «não tenho tempo para ler blogs».
ResponderEliminarPois é, opinião 'não-editada' é uma coisa chata que incomoda a 'informação oficial'.
Parabéns pelo aniversário, meu caro. A sua voz faz falta à "praça da palavra" a abrir no quotidiano dos cidadãos para que a democracia, a liberdade e a igualdade não sejam algo mais que vãs representações. E eu sei que V. o sabe, pois creio que, de outro modo, não falaria como fala. Portanto, desta vez convirá comigo em que vale a pena continuar a tentar abrir caminhos que não preexistem ao andar.
ResponderEliminarAbraço caloroso
msp
A uma pergunta tão directa não devo dar resposta dúbia: continua!
ResponderEliminarQuatro anos? É obra!
Parabéns e ânimo para continuar!
ResponderEliminarClaro que dadas as suas opções de pensamento crítico e sempre atento, possa ter razões para estar cansado. Quem se não cansa de alguma repetição e de remar contra a maré?
ResponderEliminarMas há que incomodar, partilhar os "seus incómodos", pois, há cabecinhas que precisam da sua ajuda... Bem me faz lê-lo, o que nem sempre acontece.
Depois, os seus conhecimentos e interesses são tantos, que pode diversificar dando de quando em quando a conhecer outras temáticas que tão acaloradamente domina.
Quem sabe se até a receita de uma boa "bolnhesa".... :))
Adoro brincar consigo.
Parabéns e até para o ano... O 5º.
Abracinho
Ana
Claro que vale.
ResponderEliminar(Apenas uma observação, dirigida ao Miguel Serras Pereira: era mesmo «para que a democracia, a liberdade e a igualdade não sejam algo mais que vãs representações» que queria escrever? Penso que o «não» está a mais.)
Deixa-te de conversas. Não se questiona o inquestionável.
ResponderEliminarAbraço.
V
Continua o blog, Zé Manel. Abraço.
ResponderEliminarLuis Filipe
Não DESISTA!
ResponderEliminarCaro Carlos Azevedo,
ResponderEliminarClaro que o "não" está a mais. Obrigado pelo reparo.
Cordialmente
msp
Uma VOZ CRÍTICA como a sua interessa sempre.
ResponderEliminarNão desista e parabéns pelo seu blogue, que faz parte da minha leitura regular.
Duarte
Respondo à pergunta -
ResponderEliminarEm jargão militar: afirmativo.
Em vernáculo: imperativo.
Deixe-se de coisas, escreva!
Abc
A.M.
IV?
ResponderEliminarMas ainda é uma criança!!
Parabens e ânimo.
Hasta la muerte!
Nem pense em não continuar!
ResponderEliminarNo que me diz respeito, a sua opinião faz-me falta, particularmente quando não concordo com ela.
Parabéns Zé Manel!
E um abraço.
JR
Forca Ze Manel tu fazes falta.Um dia teras a recompensa. Continua em forca para nos dar algum alento..alguma esperanca e crer que o teu caminho e o certo. Um abraco da America do Norte
ResponderEliminarParar? Não pense nisso!!
ResponderEliminarNem todos sempre estarão de acordo com as suas análises e opiniões, e daí? No entanto, estou certo que poucos ou nenhuns deixarão de reconhecer a elevada qualidade dos seus textos, a começar pela elegância e correcção do Português em que o faz.
LG
Caro JM Correia Pinto
ResponderEliminarSe parasse, seria uma perda irreparável para o arejamento da blogosfera. A sua prosa lúcida e inteligente é alimento para a nossa reflexão. Parabéns pelos 4 anos!
Abraço
Parabéns. Pela análise lúcida. Pela combatividade. Pela frontalidade. pelos 4 anos. Estamos no meio de uma guerra difícil. Que remédio tens senão continuar.
ResponderEliminarAbraço
E isso é pergunta que se faça? Bora lá continuar! Ah!... e parabéns, claro.
ResponderEliminarEste é o único blogue aonde sempre vou. Portanto, por mim, gostaria que continuasse.
ResponderEliminarParabéns pela coragem e a ousadia.
Bca
numa altura em que a direita "desmantela" o país, interessa e muito continuar.
ResponderEliminarParabéns por tudo.
É uma pergunta retórica, não é? Onde é que eu iria afinar o meu diapasão, corrigir a mira, no meio desta guerra brutal que nos foi imposta?
ResponderEliminarParabéns!!
Abraço
Nao te conheco como um homen de desistir. Continua, Homens como tu fazem falta.
ResponderEliminarParabens.
Um beijo
Faça o favor de continuar a teclar com a mesma inspiração! Obrigado
ResponderEliminarMais um a votar sim. Abraço.
ResponderEliminarnão tenho conseguido comentar porque não sei dos óculos e as letrinhas ali em baixo são uma chatice. seja como for, parabéns e boa continuação
ResponderEliminarNão quero ter a veleidade de deixar a ideia que fui o único que entendeu o fundo da sua reflexão, todos a entenderam e imperou o bom senso de não lhe dizer que não continuasse, contudo, e porque a questão que ela encerra, não é nova nos que por aqui andam há tanto tempo, preferia responder-lhe assim: entre continuar e ir perdendo o brilho a que nos habituou e que a sua confissão denota poder vir a acontecer, será preferível não continuar. É no segundo parágrafo que vemos essa fatalidade que bem entendemos, mas uma pessoa que tem “horror aos lugares comuns” é seguramente a mesma que terá capacidade para reinventar. Esta opinião é tanto mais válida, quanto nós pudermos obviamente partilhar desses novos lugares ou o que lhe queira chamar.
ResponderEliminarA única coisa em que não acredito é que ache que parando fica com a consciência tranquila, deixando-nos no momento em que mais precisamos de armas.
Saudações.