quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

POLITEIA – IV ANIVERSÁRIO



INTERESSA CONTINUAR?

A Politeia faz hoje quatro anos. A maior parte dos mais de dois mil posts aqui publicados foram escritos com entusiasmo. Não certamente com o entusiasmo de quem julgava que iria mudar o mundo mas antes com a convicção de quem permanentemente estava fazendo um esforço para apresentar as coisas de um modo diferente do habitual.

O horror aos lugares comuns, às falsas explicações acriticamente repetidas em cadeia e ao eco acefalamente reproduzido a partir das intervenções dos fazedores de opinião foram o principal alvo deste blogue. Mas há uma altura a partir da qual quem escreve começa a sentir que está a incorrer nos mesmos vícios daqueles que critica: a originalidade começa a escassear, as ideias tendem a repetir-se e falta de entusiasmo começa a manifestar-se.

Dai a pergunta: interessa continuar?

28 comentários:

  1. É um fenómeno curioso:
    O país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto.
    Falta-lhe o romantismo cívico da agressão.
    Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.

    Miguel Torga (1961)

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  2. Numa entrevista... um jornalista da TVI disse «não tenho tempo para ler blogs».
    Pois é, opinião 'não-editada' é uma coisa chata que incomoda a 'informação oficial'.

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  3. Parabéns pelo aniversário, meu caro. A sua voz faz falta à "praça da palavra" a abrir no quotidiano dos cidadãos para que a democracia, a liberdade e a igualdade não sejam algo mais que vãs representações. E eu sei que V. o sabe, pois creio que, de outro modo, não falaria como fala. Portanto, desta vez convirá comigo em que vale a pena continuar a tentar abrir caminhos que não preexistem ao andar.

    Abraço caloroso

    msp

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  4. A uma pergunta tão directa não devo dar resposta dúbia: continua!

    Quatro anos? É obra!

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  5. Claro que dadas as suas opções de pensamento crítico e sempre atento, possa ter razões para estar cansado. Quem se não cansa de alguma repetição e de remar contra a maré?
    Mas há que incomodar, partilhar os "seus incómodos", pois, há cabecinhas que precisam da sua ajuda... Bem me faz lê-lo, o que nem sempre acontece.
    Depois, os seus conhecimentos e interesses são tantos, que pode diversificar dando de quando em quando a conhecer outras temáticas que tão acaloradamente domina.
    Quem sabe se até a receita de uma boa "bolnhesa".... :))

    Adoro brincar consigo.
    Parabéns e até para o ano... O 5º.
    Abracinho
    Ana

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  6. Claro que vale.

    (Apenas uma observação, dirigida ao Miguel Serras Pereira: era mesmo «para que a democracia, a liberdade e a igualdade não sejam algo mais que vãs representações» que queria escrever? Penso que o «não» está a mais.)

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  7. Deixa-te de conversas. Não se questiona o inquestionável.
    Abraço.
    V

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  8. Continua o blog, Zé Manel. Abraço.

    Luis Filipe

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  9. Caro Carlos Azevedo,
    Claro que o "não" está a mais. Obrigado pelo reparo.
    Cordialmente

    msp

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  10. Uma VOZ CRÍTICA como a sua interessa sempre.

    Não desista e parabéns pelo seu blogue, que faz parte da minha leitura regular.

    Duarte

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  11. Respondo à pergunta -
    Em jargão militar: afirmativo.
    Em vernáculo: imperativo.
    Deixe-se de coisas, escreva!
    Abc

    A.M.

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  12. IV?
    Mas ainda é uma criança!!
    Parabens e ânimo.
    Hasta la muerte!

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  13. Nem pense em não continuar!
    No que me diz respeito, a sua opinião faz-me falta, particularmente quando não concordo com ela.
    Parabéns Zé Manel!
    E um abraço.

    JR

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  14. Forca Ze Manel tu fazes falta.Um dia teras a recompensa. Continua em forca para nos dar algum alento..alguma esperanca e crer que o teu caminho e o certo. Um abraco da America do Norte

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  15. Parar? Não pense nisso!!
    Nem todos sempre estarão de acordo com as suas análises e opiniões, e daí? No entanto, estou certo que poucos ou nenhuns deixarão de reconhecer a elevada qualidade dos seus textos, a começar pela elegância e correcção do Português em que o faz.

    LG

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  16. Caro JM Correia Pinto
    Se parasse, seria uma perda irreparável para o arejamento da blogosfera. A sua prosa lúcida e inteligente é alimento para a nossa reflexão. Parabéns pelos 4 anos!
    Abraço

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  17. Parabéns. Pela análise lúcida. Pela combatividade. Pela frontalidade. pelos 4 anos. Estamos no meio de uma guerra difícil. Que remédio tens senão continuar.
    Abraço

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  18. E isso é pergunta que se faça? Bora lá continuar! Ah!... e parabéns, claro.

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  19. Este é o único blogue aonde sempre vou. Portanto, por mim, gostaria que continuasse.
    Parabéns pela coragem e a ousadia.
    Bca

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  20. numa altura em que a direita "desmantela" o país, interessa e muito continuar.

    Parabéns por tudo.

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  21. É uma pergunta retórica, não é? Onde é que eu iria afinar o meu diapasão, corrigir a mira, no meio desta guerra brutal que nos foi imposta?
    Parabéns!!
    Abraço

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  22. Nao te conheco como um homen de desistir. Continua, Homens como tu fazem falta.
    Parabens.

    Um beijo

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  23. Faça o favor de continuar a teclar com a mesma inspiração! Obrigado

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  24. não tenho conseguido comentar porque não sei dos óculos e as letrinhas ali em baixo são uma chatice. seja como for, parabéns e boa continuação

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  25. Não quero ter a veleidade de deixar a ideia que fui o único que entendeu o fundo da sua reflexão, todos a entenderam e imperou o bom senso de não lhe dizer que não continuasse, contudo, e porque a questão que ela encerra, não é nova nos que por aqui andam há tanto tempo, preferia responder-lhe assim: entre continuar e ir perdendo o brilho a que nos habituou e que a sua confissão denota poder vir a acontecer, será preferível não continuar. É no segundo parágrafo que vemos essa fatalidade que bem entendemos, mas uma pessoa que tem “horror aos lugares comuns” é seguramente a mesma que terá capacidade para reinventar. Esta opinião é tanto mais válida, quanto nós pudermos obviamente partilhar desses novos lugares ou o que lhe queira chamar.

    A única coisa em que não acredito é que ache que parando fica com a consciência tranquila, deixando-nos no momento em que mais precisamos de armas.

    Saudações.

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