DE RELVAS ÀS PARCERIAS
PASSANDO PELO PS
1 – AS PSEUDO
DIVERGÊNCIAS PS/PSD - Noventa e nove virgula nove por cento dos portugueses
não percebe em que é que o PS se distingue do Governo PSD/CDS nas políticas que
há mais de um ano estão sendo postas em prática no plano económico e social. O
que os portugueses sabem é que em tudo quanto é realmente importante o PS e
PSD/CDS estão de acordo. Estão de acordo na fidelidade ao Memorandum da Troika,
estão de acordo na política orçamental e estão de acordo na política laboral. E
o que os portugueses também sabem é que a ausência de uma oposição forte às
políticas do Governo constitui um factor de permanente agravamento da sua
situação. Se os partidos de esquerda não conseguem congregar o profundo
descontentamento da sociedade portuguesa originado pelas políticas governamentais
com o beneplácito do PS, alguma coisa vai ter de acontecer até às próximas
eleições para capitalizar toda essa rejeição do grande Bloco Central que corrói
a sociedade portuguesa. Para isso será necessário reduzir o PS à
insignificância de um PASOK, criando novas vias de acesso ao poder.
2 - RELVAS ENLEADO NAS
TEIAS ONDE SE MOVE – Um asno do PSD que ainda há dias garantia que a Grécia
não passava de uma ficção inventada a partir de uma província do Império
Otomano, voltou ontem à SIC N para defender Relvas igualmente com o argumento
de que a campanha em curso contra o Ministro adjunto assenta numa ficção toda
ela construída em factos sem consequências. Deixando de lado esta luminária,
vai-se tornado cada vez mais evidente aos olhos da grande opinião pública a
teia em que Relvas está enredado. Além de ter mentido no Parlamento e de ter no
seu Gabinete um jornalista intimamente ligado a Silva Carvalho, Relvas é um
homem envolvido com os grandes nomes das “negociatas” que por cá se fazem a
partir da proximidade com o poder. E a questão que se põe não é tanto o que nós
sabemos de Relvas, nem o que imaginamos ele possa fazer com os amigos que tem,
mas o que sabe Passos Coelho e por que razão o lá tem. A imagem tão
meticulosamente construída de “homem sério” apenas movido por um fervor
ideológico extremista não se quadra muito bem com a intimidade que partilha com o
“pragmático” Miguel Relvas, enredado em múltiplos interesses e amizades pouco
recomendáveis. Ou o mantém e não escapa às suspeitas que pesam sobre Relvas ou
o demite…e terá de ficar de olho nele…
3 - AS PARCERIAS
PÚBLICO PRIVADAS – Estão
a decorrer no Parlamento as audições da Comissão de Inquérito às Parcerias
Público-Privadas, tendo ontem sido ouvido o Juiz Conselheiro reformado do
Tribunal de Contas, Carlos Moreno, que já havia há cerca de um ano publicado um
livro sobre o assunto. O “negócio” das parcerias está mais que explicado – é uma
grande vigarice inventada pelo PS e pelo PSD para extorquir dinheiro do Estado. Dinheiro
que alimentou e alimenta as grandes empresas da construção civil e os bancos,
mas que que alimentou também os partidos que as negociaram e, como sempre acontece,
o “transportador” desse dinheiro para os partidos. A esquerda pode fazer várias
denúncias, pode até imputar alguns factos a certas pessoas, que antecipadamente
se sabe quem são, mas não vai conseguir reverter a actual situação nem
introduzir naqueles famigerados “negócios” as alterações que se impõem em
virtude da inevitável barragem que o PS e o PSD, não obstante as aparentes divergências, farão a tudo quanto seja
realmente substantivo com base numa fraseologia cuja utilização antecipadamente
se conhece – Estado de direito, pacta
sunt servanda e outras máximas jurídicas hipocritamente lançadas para a discussão
para que tudo fique na mesma ou quase. Esta comissão pode até ter efeitos
perversos, ajudando a consolidar uma situação que agora é política e juridicamente
insustentável. Por isso, o que a esquerda deveria fazer quanto antes ou logo
que a ocasião se proporcionasse era apresentar autonomamente as suas conclusões
e a proposta de revisão do actual estado de coisas assente numa ideia muito
simples: revisão soberana dos contratos pelo Estado, com base nos princípios
gerais de direito da repartição do risco e do lucro justo, entrando em linha de
conta com tudo o que já foi pago indevidamente.
"O “negócio” das parcerias está mais que explicado- ....", pois está mas:
ResponderEliminar-Os portugueses estão-se nas tintas para a ladroagem com ou sem vestes contratuais/legais, até porque muitas das "obras" foram apresentadas sob a capa da justiça para com os transmontanos, os beirões os algarvios etc.
-Há para aí muita gente para quem nem por isso os indígenas são culpados, até nisso a culpa cabe inteira às teias do capitalismo global e, mais recentemente, ao ressuscitado hegemonsmo alemão. Com certeza que foi a Merkell que tratou da vidinha do Coelho, do Amaral, (só para falar em dois bombos da festa)
lg