DE RELVAS, SEMPRE RELVAS, PASSANDO PELO BORGES ATÉ AO AUSENTE PORTAS
RELVAS, O ADORMECIDO - Relvas foi novamente à Comissão de
Direitos, Liberdades e Garantias, depois de Passos Coelho ter estado no
plenário a debater as “secretas”. A audição de Relvas não adiantou quase nada
ao que já se sabia. Apenas a reafirmação de mais umas tantas “explicações
inconsequentes” e a confirmação de encontros de que também já se sabia terem
existido. Mas é óbvio que de uma audição nunca poderia resultar uma prova de
tipo judicial. Nem era isso o que se pretendia ao contrário do que tentaram fazer
crer a verborreia de Telmo Correia ou a argúcia de Matos Correia. O que ficou
na convicção dos ouvintes é mais do que suficiente para tivesse deixado de haver
dúvidas sobre o papel de Relvas neste Governo e das suas ligações. Relvas é o
homem político que no Governo trata dos negócios e por isso tem de estar
estreitamente relacionado com todos aqueles que se servem da política para
fazer negócios. O que ganham uns e outros? A avaliar pelo que se tem passado –
e não há nenhuma razão para supor que as coisas vão ser diferentes, pelo
contrário, até podem piorar – ganham, e muito, aqueles que estando fora se
servem da política para fazer negócios, bem como aqueles que estando dentro
fazem os negócios servindo-se da política. Os ganhos dos primeiros são de
natureza exclusivamente patrimonial, o próprio peso político que têm ou vão
adquirindo serve este objectivo; os outros ganham perpetuação no poder (pelo
menos, é isso o que eles pensam) e ganham os meios que lhes assegura essa
perpetuação. Muito provavelmente a espiritualidade deles não se fica por aqui,
pois como muito bem já dizia Eça, que espiritualidade resiste a um bom naco de
carne? E é disso que se trata. Cristina Ferreira, a jornalista do Público que
em 26 de Fevereiro publicou o “dossier
da Ongoing”, já tinha esclarecido com aquela publicação muito do que agora se está a passar. Quanto ao resto, é só
juntar as coisas: está lá tudo e estão lá todos!!!
ANTÓNIO BORGES, O
CONSELHEIRO – António
Borges, ex-quadro da Goldman Sachs, ex-funcionário do FMI, ex-Messias do PSD, administrador
do Pingo Doce, foi recuperado pelo Governo de Passos Coelho, como 12.º ministro
sem nome, para coordenar as privatizações e outros negócios do Estado. Nas
privatizações ele traz consigo toda a experiência adquirida na Goldman Sachs,
uma das mais tristemente célebres instituições financeiras do nosso tempo, com
responsabilidades directas em todas as crises da actualidade (subprime, na
América; contas gregas) e com interesses directos em todas as privatizações.
Este refinadíssimo (deixo ao leitor o cuidado de pôr o
substantivo, simples ou composto), com ordenados conhecidos de muitas dezenas
de milhares de euros por mês, alguns deles isentos de impostos, e com ligações
ao grande capital financeiro, agiota e especulativo, escolhido pelo Governo de Passos
Coelho para coordenar as privatizações e fazer negócios do Estado, como os da
Cimpor e outros de muito dinheiro que ai vem, que garantias de imparcialidade, de honestidade, de defesa dos
interesses do Estado pode apresentar aos portugueses que o não conhecem – e são
quase todos com excepção de Marcelo Rebelo de Sousa? A única coisa que os
portugueses sabem dele, além dos lugares por onde passou - todos, sem excepção,
pouco recomendáveis - é que ganha dezenas de milhares de euros por mês e exigiu,
como conselheiro, que os salários dos portugueses fossem diminuídos com
urgência! Isso os portugueses sabem e a outra coisa que também sabem é que, tal
como Relvas, trata de negócios.
PORTAS, O AUSENTE – Não há palavras para definir Paulo
Portas. Feito ministro de Estado pelo número de deputados que aportou à
coligação, Paulo Portas é o grande ausente da política portuguesa. Hoje
apareceu em Santarém para “apoiar a lavoura” e negar, pelo silêncio, apoio ao Relvas, porque
quando se trata de lavoura convém não confundir as coisas. Quanto ao resto,
continua ausente, até da política europeia, dominada por Gaspar e Passos Coelho
e também da África e do Brasil, que estão por conta do Relvas. Apareceu a
propósito da Guiné-Bissau para anunciar uma desastrosa operação pseudo-militar,
mas depois de a coisa ter dado para o torto, tanto internamente (pelas
complicações financeiras que trouxe e está trazendo às Forças Armadas) como
internacionalmente (Portugal foi completamente arredado da eventual solução da
crise), deixou o pobre e incompetente ministro da Defesa a braços com um
problema que ele não qualquer capacidade de resolver. E de Portas nunca mais se
ouviu falar nesta matéria. Um grande artista…
Três tiros de precisão no porta-aviões!
ResponderEliminarTrês tiros de precisão no porta-aviões!
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