Não percebo nada de previsões científicas. E das dos
economistas nem falar. Mas há coisas que são óbvias. Não ditas agora, mas antes
de acontecerem. Por exemplo, desde que o Memorandum da Troika/Passos Coelho
começou a ser aplicado sabia-se, pelo que já se tinha passado noutros países,
nomeadamente na Grécia, o que iria acontecer em Portugal. No primeiro ano,
ainda poderia haver algumas dúvidas, não quanto aos efeitos, mas quanto à dimensão desses efeitos (recessão, desemprego, falências, menos receitas
fiscais, etc.). Todavia, a partir do primeiro ano era fácil perceber que, agravando-se
as medidas que provocaram aqueles efeitos, estes tenderiam a ser ainda mais
devastadores. E no terceiro mais ainda e por ai adiante.
A dúvida não está portanto em saber o que iria acontecer, mas
por que razão Gaspar e C.ª apresentaram previsões erradas. Terá sido de propósito,
para induzir expectativas positivas, eles que tanto acreditam na “fada da
confiança”? Mas se essa foi a razão, ela vira-se contra eles. E era fácil
prever esta consequência. A primeira vez ainda se poderia admitir que tenham feito a
experiência: “Vamos fazer previsões relativamente positivas, para impedir que
os resultados sejam piores do que esperamos”. Mas duas, três, quatro vezes já é
inaceitável, porque eles viram que o erro nas previsões os descredibiliza
completamente.
A dúvida, porém subsiste: por que erram o que toda a gente
(minimamente informada) sabia que iria acontecer? Diz-se que é por razões
ideológicas. Eles confiam tanto nos modelos que aplicam que nem sequer lhes
passa pela cabeça que as reacções dos “agentes económicos” possam ser
diferentes das que constam dos modelos.
Com toda a franqueza, acho que são explicações a mais. Muito
prosaicamente, eu penso que eles erram porque são burros!
Eles erram para levar a cabo a agenda e programa deles....Quanto pior correr mais eles lucram,eternizam o poder,os lucros e os privilégios e são bem pagos/recompensados por isso.Já de inicio foram escolhidos e incumbidos para virem fazer isso... nos é que nos lixamos e sem fim á vista!
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