SOBRE OS DIAS QUE CORREM
1- Privatização
DA TAP – Vamos todos rir-nos muito. Ah, ah, ah, ah. ANAC autorizou a
privatização da TAP. Passos Coelho pede a Passos Coelho autorização para privatizar
a TAP….
2-
Maria
Belém – Acabei de ouvir agora mesmo (ontem estive muito ocupado com as
notícias da formação do Governo) que Maria de Belém não sabe o que faria se
hoje fosse Presidente da República quanto à formação do Governo. Não tem informação.
3-
Os democratas
– Há uns senhoritos neste país que entendem – que entendem, não - que têm a
certeza que o seu voto vale mais do que o dos outros. E então, com ar muito
doutoral e profundamente sabedor, dizem-nos o que devemos pensar ou fazer sobre
a formação do Governo. Com voz profunda, impulsionada das profundezas do
estômago - aquela voz que se usa quando se quer disfarçar uma grande banalidade
-, soltam-nos pérolas de sabedoria política, que todos nós, esfaimados,
deveremos imediatamente abocanhar: “O país não pode ficar dividido ao meio.
Temos de unir, não dividir” (cerca de um minuto para dizer isto). E vai outro, logo
a seguir, de voz mais fina, mais equilibrista, que recorre à sabedoria popular.
“É muito perigosa esta mudança. Estas coisas com o Bloco e com o PC deveriam
ser mais graduais”. E as televisões repetem uma, duas, três, sete vezes. “Percebeste,
português estúpido, percebeste o que estes senhores te estão a dizer? Estão-te
a dizer que a direita não pode ser afastado do poder. Que o PS tem obrigação de
lhe dar uma mãozinha. E olha que estes senhores são muito sábios e além do mais
até são apoiantes de uma militante socialista, candidata a Presidente da República!
Percebeste, português estúpido?”
4- A direita entre a golpada e a democracia -
Ficou decidido por decreto, aparentemente irrevogável, publicado em 25 de
Novembro de 1975, que a Direita é democrática. Que os bombistas, terroristas,
aliados da direita, foram “combatentes da liberdade”. Ponto final parágrafo.
Nunca mais desde aquela data até hoje a Direita teve necessidade de fazer
“prova de vida” da democracia. Nos dias que correm, tem.
O que faria, a
partir de hoje, em qualquer país da Europa civilizada – atenção, não confundir
com União Europeia – um político estivesse na situação de Passos Coelho? Isto
é, um político que tivesse sido encarregado pelo Chefe de Estado (Rei, Rainha ou PR) de formar governo e se deparasse nas suas diligências com a situação com que Passos se
deparou? Muito simples: pedir-lhe-ia uma audiência para lhe comunicar que não
tinha condições para formar Governo. “Arranje outro, Excelência”. A direita
portuguesa não quer fazer isso. Está inclinada para o Golpe. Dentro de dias o
saberemos.
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