quarta-feira, 26 de março de 2008

A SELECÇÃO VOLTOU A PERDER


CARLOS QUEIRÓS DISSE O ÓBVIO

Carlos Queirós disse esta semana que a selecção portuguesa não é favorita à vitória no Euro 2008. A gente do futebol, mais próxima da selecção, não gostou. Não se percebe por que não gostou. Ele apenas disse o óbvio, embora não tenha dito tudo o que é óbvio.
É óbvio que Portugal tem uma selecção mediana, servida por jogadores de nível médio, com excepção de um ou dois que talvez atinjam a qualificação de bons, mas que integrados numa equipa média tendem a render menos do que renderiam se jogassem numa boa equipa.
Basta atentar nos resultados obtidos desde o mundial. A selecção não ganhou em jogos oficiais a nenhuma equipa de nível médio. E nos particulares perdeu todos os jogos com equipas boas.
Os jogadores também estão muito aquém do que seria necessário para se fazer uma boa equipa.
Ricardo joga bem com os pés e defende bem penalties nos jogos a eliminar que terminam empatados, mas defende defeituosamente na maior parte dos casos, coloca-se mal na baliza e não sabe interceptar os cruzamentos.
Nuno Gomes joga bem para trás e sabe marcar quando os golos já não interessam para o resultado, mas tem imensa dificuldade em marcar tentos decisivos.
Miguel também está a jogar muito melhor para trás do que para a frente. Desde que foi para Valência engordou, perdeu força e tem muita dificuldade em subir.
Os centrais, com excepção do R. Carvalho, fazem muitas faltas à entrada da área. Tanto o Pepe, que em Madrid já foi expulso mais de uma vez, como o Bruno Alves, que às vezes até ensaia jogadas de kareté.
O lateral esquerdo não existe, aliás raramente existiu, mesmo no passado.
Os médios, apesar de serem rapazes esforçados, são um deserto de ideias. Falham muitos passes e têm muita dificuldade em gizar jogadas criativas. Tudo consequência de manifesta falta de técnica.
Sobram o Simão, que está uma sombra do que era no Benfica, o Nani, que parece estar em forma e mais disciplinado tacticamente, o Quaresma, que precisa de muitos ensaios para que uma jogada lhe saia bem (e isso na selecção não resulta) e o C. Ronaldo, que é bom jogador, mas insuficiente para colmatar as lacunas da equipa.
Por fim, até o Scolari está cada mais parecido com o Toni. Este, quando começou a perder mais do que a ganhar, inventou aquela de dizer:”Perdi o jogo, mas ganhei uma equipa”. O Scolari ainda não diz bem isso, mas quase: “Perdi o jogo, mas ganhei dois jogadores”. É pouco!

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