segunda-feira, 21 de julho de 2008

AS CONVERSAÇÕES DE GENEBRA UE-IRÃO


O PAPEL DA AGÊNCIAS DE DESINFORMAÇÃO

Quem ler os jornais acriticamente vai supor que há em Washington grandes mudanças relativamente à condução da política americana no médio oriente. Enaltece-se a vinda a Genebra de William Burns e diz-se que Condoleezza Rice é a grande defensora de uma solução negociada para a chamada “crise" do Irão.
Como ontem aqui dissemos, nada aponta para uma solução negociada das divergências com o Irão. Verdadeiramente só poderia haver, na perspectiva israelo-americana, uma saída diplomática, se o Irão se rendesse incondicionalmente. E isso certamente não vai acontecer.
Mais esclarecedor, é o vergonhoso artigo de Benny Morris, publicado no “Público” de domingo, no qual expõe sem qualquer pudor a posição de Israel sobre o assunto.
Como não aceita perder a superioridade estratégica na região, Israel está disposto a tudo, inclusive a pôr em causa a vida de muitos milhões de pessoas, para poder continuar a chantagear uma vasta região. Não vale a pena iludir os factos: Israel não pode aspirar à sua segurança, enquanto não proporcionar o nascimento de um Estado Palestiniano viável. Um Estado sem colonatos judaicos e com as fronteiras estabelecidas pelas Nações Unidas, aquando da criação do Estado de Israel. Mesmo que a actual Autoridade Palestiniana aceite outra solução, de nada valerá na prática o acordo assim alcançado. Mais tarde ou mais cedo a guerra recomeçará.

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