sexta-feira, 25 de julho de 2008

AS GRANDES OBRAS E OS ESTUDOS

PARA QUE SERVEM OS ESTUDOS?

Os estudos servem para remunerar principescamente os gabinetes de consultores ou os consultores em nome individual.
Depois, para convencer a opinião pública, com argumentos supostamente técnicos, de decisões previamente tomadas.
Finalmente, os estudos, na melhor das hipóteses, servem para desempenhar um papel simetricamente oposto ao das auto-biografias. Estas servem para o seu autor dizer o que pensa hoje sobre aquilo que fez no passado, enquanto os estudos servem para os seus autores dizerem o que o pensam hoje sobre aquilo que vai acontecer no futuro. Mas, como o futuro, por definição, não é antecipável – se o fosse já não o seria – dificilmente haverá coincidência entre o que se prevê e o que acaba por acontecer.
Este o papel dos estudos, em geral.
Depois, há toda uma série de interesses directos e indirectos ligados aos estudos. Os que pretendem realizar certa obra ou que beneficiam da sua localização no local X por oposição ao local Y farão toda a série de pressões para que os ditos estudos apontem na direcção dos seus interesses ou eles próprios os promovem, com resultado a la carte, quando não estão completamente seguros do êxito das pressões.
Pelo contrário, os que têm a certeza de que não virão a beneficiar com certas obras, ou porque não têm tecnologia para as realizar ou porque não tiram delas vantagens indirectas e temem que os recursos nelas investidos prejudiquem ou inviabilizem o lançamento de outros projectos dos quais retirariam grandes vantagens directas ou indirectas, farão ou promoverão todos os estudos que estejam ao seu alcance para as desacreditar.

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