domingo, 11 de janeiro de 2009

INSISTO NA PERGUNTA: COMO QUER A DIREITA COMBATER A CRISE?

SERÁ QUE QUER?

Com excepção de L. F. Menezes, que, por convicção ou estratégia, concorda em geral com o programa de combate à crise do Governo, nomeadamente com o programa de investimentos públicos, raramente, nestes últimos anos, terá havido tanta unanimidade no PSD como a que hoje existe na rejeição das politicas anti-crise do Governo.
Já no CDS a critica é mais desarticulada e menos imbuída de uma lógica que aponte explicitamente para uma alternativa. Vão-se dizendo e propondo umas coisas que parecem eleitoralmente convenientes, sem que haja verdadeiramente uma rejeição do programa do governo.
Enquanto a critica do PSD é sistémica, para usar um adjectivo da moda, a do CDS é fragmentária: pretende agradar a uns quantos sem querer desagradar a outros tantos.
A do CDS percebe-se bem, ainda para mais em ano de eleições, atenta a expectativa de Sócrates não alcançar a maioria absoluta,
A do PSD, sem deixar de ser eleitoralista, é mais profunda. A insistência na baixa generalizada dos impostos directos e indirectos, as isenções ou mesmo a supressão de certos impostos só podem ter como objectivo restringir capacidade de intervenção do Estado na vida económica e agravar a crise. De facto, em época de crise profunda, em que as expectativas empresariais são baixíssimas, em consequência da redução drástica da procura interna e externa, aquelas medidas não garantem qualquer eficácia. Por isso, por tudo o lado, na esteira aliás de experiências bem sucedidas no passado, se incrementa o gasto público como meio de relançamento da procura. É preciso fazer chegar mais rendimentos às pessoas para que o consumo aumente, a confiança se restabeleça e um novo ciclo económico se inicie.
O PSD sabe isto, como toda a gente sabe. Defende o contrário porque está interessado no agravamento da crise, ciente de que esse agravamento acabará, mais tarde ou mais cedo, por apelar para soluções políticas autoritárias.

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