sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A NACIONALIZAÇÃO DA BANCA



A PROPÓSITO DO PLANO TIM GEITHNER

Já aqui há uns dias me tinha parecido que P. Krugman não andava nada satisfeito com a equipa económica de Obama. Não que esta descoberta seja merecedora do Prémio Nobel, porque quando se vêem incluídos nessa equipa nomes elogiados por Allan Greenspan (que somente elogia os que pensam como ele) e outros tantos vindos da administração Clinton, que em matéria de liberalização e desregulamentação nada têm a aprender com a gente de Bush, qualquer simples mortal chega depressa à conclusão de que por ali (com aquela gente) não vamos lá.
Evidentemente, que há diferenças relativamente aos anteriores. Desde logo, visíveis no plano de estímulo à economia, que a anterior administração certamente não apresentaria para aprovação. Só que esta diferença não é significativa para estabelecer a diferença. Não é face ao capital industrial, que ninguém na América põe em causa, que a diferença teria de ser marcada para ser relevante. A nova atitude teria de fazer-se sentir relativamente ao capital financeiro. Porque é neste que está o cerne da questão. E o que se está a ver? Vê-se que tanto a direita como a esquerda reagiram mal ao plano Geithner, que continua assentar na ideia de que o problema bancário é um problema de liquidez, quando não é. É um problema de solvabilidade.
E o que de ambos os lados se pensa, embora com base em diferentes razões, é que as medidas que estão a ser encaradas (e que Bruxelas, subserviente, como sempre, logo imitou), não resolvem o problema e oneram brutalmente os contribuintes.
As medidas já apresentadas, embora sem grandes detalhes, passam pela compra dos activos tóxicos pelo Estado (que Paulson e Bush já propunham) e pela concessão de uma linha de crédito, da Reserva Federal, de valor equivalente.
É contra isto que se insurgem na America economistas de renome, a começar por Krugman (de quem os nossos reaccionários não gostam; por causa dos artigos de jornal, dizem…) que decididamente apontam a nacionalização como a única via possível. E fazem-no, antes de mais, por razões técnicas. O argumento que Obama usou para contrariar esta opinião – que há muitos bancos na América - parece valer muito pouco. De facto, não seria necessário nacionalizar todos os bancos; bastava nacionalizar os grandes bancos em dificuldades.
Mais tarde ou mais cedo o problema vai-se pôr entre nós, com ou sem activos tóxicos…

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