UM ARGUMENTO BRILHANTE
Nunca neste blogue tratei do casamento entre pessoas do mesmo sexo, nem tão-pouco da posição da Conferência Episcopal sobre o assunto, nem mesmo da tentativa, mais tarde matizada, de a Igreja fazer uma espécie de cruzada contra os partidos defensores daquele tipo de união.
E não o fiz, por uma razão muito simples: achava que não tinha nada de verdadeiramente novo a dizer sobre o assunto. E mesmo a indignação de ver a Igreja a querer interferir nos assuntos do Estado também não valia a pena exprimi-la, uma vez que outros, muito melhor do que eu, já o tinham feito várias vezes a este e a outros propósitos.
Tenho, todavia, de reconhecer que, de todos os argumentos que foram sendo apresentados contra a posição da igreja, a maior parte deles nos termos habituais em situações semelhantes, o que mais me impressionou foi o que Pulido Valente hoje enunciou na crónica do “Público”. É um argumento que assenta numa ideia muito simples, mas que até hoje nunca ninguém tinha apresentado e que eu explicitaria do seguinte modo:
A qualificação legal que o PS pretende dar às uniões entre pessoas do mesmo sexo chama-se casamento civil. A Igreja sempre condenou o casamento civil. Mesmo entre pessoas de sexos diferentes. Nunca o aceitou. Portanto, o casamento homossexual deste ponto de vista não difere do casamento heterossexual. Ninguém pede aos católicos que o aprovem ou que se casem pelo civil. O que se pede aos católicos é que não coarctem a liberdade das pessoas, impondo-lhes restrições em domínios onde o Estado pretende criar espaços de liberdade. Apenas isto!
Como bem imaginas, a "palavrinha" foi escrita com esse preciso sentido e visando esse objectivo...
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