DESENVOLVIMENTOS DA NOTÍCIA DO DN
Assistimos hoje a um dia político como há muito tempo não se vivia neste país. Logo pela manhã tivemos oportunidade de comentar a notícia do DN sobre as alegadas escutas da Presidência da República. E estranhámos, nos muitos comentários que ouvimos e declarações de vários responsáveis políticos, que ninguém, rigorosamente ninguém, se tivesse preocupado com as duas questões fundamentais que nessa notícia estavam em jogo: o comportamento do director do Público e o comportamento da Presidência da República.
Assistimos hoje a um dia político como há muito tempo não se vivia neste país. Logo pela manhã tivemos oportunidade de comentar a notícia do DN sobre as alegadas escutas da Presidência da República. E estranhámos, nos muitos comentários que ouvimos e declarações de vários responsáveis políticos, que ninguém, rigorosamente ninguém, se tivesse preocupado com as duas questões fundamentais que nessa notícia estavam em jogo: o comportamento do director do Público e o comportamento da Presidência da República.
Evidentemente, que também havia o caso das alegadas escutas e das acusações, sem provas de nenhuma espécie, que JM Fernandes tratou de pôr a circular logo que soube que tinha sido apanhado.
Ambas são questões importantes, mas para tratar depois, caso o seu tratamento se justifique.
O que era importante comentar era a participação do director do Público numa conspiração e o envolvimento de pessoas muito próximas do Presidente da República nesse acto. Somente ao fim da tarde e depois, à noite, na televisão ouvimos Luís Delgado focar estas duas questões com desassombro e também Bettencourt Resendes que, de certa maneira, o seguiu.
Entretanto ouvimos as inacreditáveis declarações do PR e o incrível depoimento de JM Fernandes na SIC.
Pelo depoimento deste último ficámos a saber sem qualquer sombra de dúvida que quem lhe encomendou o serviço foi a Presidência da República. E depois disso assistimos àquela tentativa naif de nos fazer crer que a notícia de Agosto nada tinha a ver com o e-mail de Abril de 2008, quando toda a gente percebeu que o assunto é sempre o mesmo e que apenas aguardava a “hora certa” para ser publicado. E ficou a saber-se também que houve várias conversas com gente da Presidência da República, muito próxima do Presidente, sobre o tratamento de um assunto que, a ser verdadeiro, poria em causa o regular funcionamento das instituições e legitimaria a exoneração do Governo.
E a questão que se coloca é esta: como é possível que um assunto desta importância seja tratado com o Director do Público sob a forma de conspiração? Sim, conspiração, porque o que se pretendia ao fazer intervir num assunto desta natureza um órgão de comunicação social, ainda por cima com indicações sobre a forma como o tema deveria ser tratado, era a prática de um acto de descarada luta político-partidária com vista à criação de um clima que levasse à desqualificação do governo em funções.
Tão grave quanto isto são as declarações hoje prestadas pelo PR sob o assunto. Afectando uma candura que não convence ninguém, o Presidente veio dizer que não pretende entrar na luta político-partidária, etc, etc., para no fim concluir que há um problema de segurança, do qual tratará findas as eleições.
Como é possível que o PR reconheça implicitamente a suspeita (ou a certeza) que o Público noticiou e não tenha ao fim de um ano e meio actuado através de todos os meios institucionais que tem ao seu dispor para investigar e resolver o assunto? Como é possível que o Presidente não desautorize e, pelo contrário, com o seu silêncio e meias palavras confirme a actuação de gente da sua Casa Civil num assunto tão melindroso?
A conclusão que se retira de tudo isto é que JM Fernandes é um político frustrado que se tem prevalecido do jornalismo para fazer política pelos piores meios e que Cavaco é um mau político, pouco inteligente politicamente, que sem os meios que outrora teve ao seu dispor se revelou um homem de média-baixa capacidade intelectual, apesar de ainda perdurarem em muitas mentes os efeitos de uma outra imagem laboriosamente construída ao longo de dez anos de governação.
Ambas são questões importantes, mas para tratar depois, caso o seu tratamento se justifique.
O que era importante comentar era a participação do director do Público numa conspiração e o envolvimento de pessoas muito próximas do Presidente da República nesse acto. Somente ao fim da tarde e depois, à noite, na televisão ouvimos Luís Delgado focar estas duas questões com desassombro e também Bettencourt Resendes que, de certa maneira, o seguiu.
Entretanto ouvimos as inacreditáveis declarações do PR e o incrível depoimento de JM Fernandes na SIC.
Pelo depoimento deste último ficámos a saber sem qualquer sombra de dúvida que quem lhe encomendou o serviço foi a Presidência da República. E depois disso assistimos àquela tentativa naif de nos fazer crer que a notícia de Agosto nada tinha a ver com o e-mail de Abril de 2008, quando toda a gente percebeu que o assunto é sempre o mesmo e que apenas aguardava a “hora certa” para ser publicado. E ficou a saber-se também que houve várias conversas com gente da Presidência da República, muito próxima do Presidente, sobre o tratamento de um assunto que, a ser verdadeiro, poria em causa o regular funcionamento das instituições e legitimaria a exoneração do Governo.
E a questão que se coloca é esta: como é possível que um assunto desta importância seja tratado com o Director do Público sob a forma de conspiração? Sim, conspiração, porque o que se pretendia ao fazer intervir num assunto desta natureza um órgão de comunicação social, ainda por cima com indicações sobre a forma como o tema deveria ser tratado, era a prática de um acto de descarada luta político-partidária com vista à criação de um clima que levasse à desqualificação do governo em funções.
Tão grave quanto isto são as declarações hoje prestadas pelo PR sob o assunto. Afectando uma candura que não convence ninguém, o Presidente veio dizer que não pretende entrar na luta político-partidária, etc, etc., para no fim concluir que há um problema de segurança, do qual tratará findas as eleições.
Como é possível que o PR reconheça implicitamente a suspeita (ou a certeza) que o Público noticiou e não tenha ao fim de um ano e meio actuado através de todos os meios institucionais que tem ao seu dispor para investigar e resolver o assunto? Como é possível que o Presidente não desautorize e, pelo contrário, com o seu silêncio e meias palavras confirme a actuação de gente da sua Casa Civil num assunto tão melindroso?
A conclusão que se retira de tudo isto é que JM Fernandes é um político frustrado que se tem prevalecido do jornalismo para fazer política pelos piores meios e que Cavaco é um mau político, pouco inteligente politicamente, que sem os meios que outrora teve ao seu dispor se revelou um homem de média-baixa capacidade intelectual, apesar de ainda perdurarem em muitas mentes os efeitos de uma outra imagem laboriosamente construída ao longo de dez anos de governação.
Subscrevo sem reserva alguma.
ResponderEliminarPor outro lado ainda, julgo e sinceramente creio que a 27 SET tudo isto se irá traduzir no momento do voto, possivelmente de uma forma até surpreendentemente pesada para a ersatz de saias do actual e ainda PR.
Já viu a quantidade de pró-cavaquistas que hoje por fim "sairam da caverna" e viram a essência de tartufo deste dito político-não-profissional e que disso deram já público testemunho...
20 valores !
ResponderEliminarPodemos, agora, verificar o mal que a ditadura e todos os ministros de educação (governos)retrógrados posteriores a Abril fizeram ao povo deste País: - Como é possível elegermos para o mais alto cargo político uma pessoa tão parca de valores e, culturalmente, tão básico?
ResponderEliminarParalelamente corremos o risco de ter como PM uma pessoa que não consegue falar português. Como é que esta pessoa escreverá? E como pensará? - Com erros, evidentemente.