BREVE ANÁLISE DOS RESULTADOS
Não se pode dizer que o resultado das eleições esteja absolutamente conforme às indicações das sondagens ou sequer daquilo que era esperado por muita gente, a partir da segunda semana da campanha eleitoral.
Na verdade, admitia-se que o PS, embora perdendo a maioria absoluta, tivesse um resultado ligeiramente superior ao confirmado pelas urnas; que o CDS subisse, mas não tanto; que o Bloco subisse um pouco mais; que a CDU subisse ligeiramente e que o PSD tivesse uma votação semelhante à que na realidade teve.
O grande derrotado da noite é o PSD. Como partido da “alternância”tinha, à partida, todas as condições para ganhar, depois do enorme desgaste sofrido por Sócrates no último ano de governação, tanto pessoalmente, por ter visto o seu nome envolvido em inúmeras polémicas, como politicamente, em consequência de uma larga rejeição das suas políticas. Tinha todas as condições para ganhar, mas perdeu, antes de mais por se ter apresentado com uma estratégia eleitoral quase suicidária. Pelo que nos últimos tempos, ou seja, depois da chegada de MFL à chefia do partido, se ia ouvindo do lado dos seus apoiantes mais próximos, não será ousado prever que o PSD foi buscar parte da sua estratégia eleitoral à ”teorização” que Pacheco Pereira, nos jornais, na televisão e no blogue, ia fazendo do momento político. Ele conseguiu passar para a campanha do partido uma parte muito considerável do fanatismo político que o anima e do sectarismo com que intervém na vida política. Esta “osmose” só foi, todavia, possível porque havia do lado da dirigente máxima e dos seus principais colaboradores um campo fértil para aquelas teses prosperarem. Por palavras mais suaves, e sem referir nomes, MRS já o tinha dito em Coimbra e repetiu-o hoje nos comentários televisivos.
O Bloco de Esquerda teve uma votação considerável por confronto com a de 2005 e subiu enormemente em todos os círculos eleitorais. Em mandatos, no entanto, ficou bastante aquém dos números que poderia ter atingido, não fossem as particularidades do método de Hondt. Com apenas menos 35 mil votos que o CDS teve menos cinco deputados que este partido. O crescimento do Bloco não está, portanto, completamente consubstanciado no número de mandatos alcançados, o qual, não obstante as particulariedades referidas, duplicou o de há quatro anos.
A CDU elegeu mais um deputado, subiu muito ligeiramente na percentagem e em número de votantes, mas ficou aquém do que se depreendia serem as expectativas de Jerónimo de Sousa. O voto popular não correspondeu á simpatia demonstrada nas ruas e, muito menos, ao trabalho de contestação social às medidas impopulares do governo Sócrates.
A quem tudo correu bem foi ao CDS. Com mais 177 mil votos alcançou mais 9 deputados e subiu mais de três pontos percentuais. A poucos minutos do encerramento da contagem dos votos, o CDS tinha em disputa 5 deputados, noutros tantos círculos eleitorais, e a todos os elegeu. Globalmente falando, os deputados que o CDS elegeu a mais tirou-os ao PS (como, de resto, aconteceu com o Bloco), mas além disso bem pode Portas dizer que os tirou à esquerda já que todos os que entraram a poucos “minutos do fim” foram disputados ao Bloco ou ao PS. Nenhum desses deputados entraria pelo PSD.
Finalmente, o PS ganhou, mas perdeu a maioria absoluta (grande aposta da esquerda, objectivo que Portas também cavalgou quando percebeu que já não poderia alcançar a maioria com o PSD) e perdeu deputados para todos os partidos – 1 para a CDU; 6 (até ver) para o PSD; 8 para o Bloco; e 9 para o CDS.
Não se pode dizer que o resultado das eleições esteja absolutamente conforme às indicações das sondagens ou sequer daquilo que era esperado por muita gente, a partir da segunda semana da campanha eleitoral.
Na verdade, admitia-se que o PS, embora perdendo a maioria absoluta, tivesse um resultado ligeiramente superior ao confirmado pelas urnas; que o CDS subisse, mas não tanto; que o Bloco subisse um pouco mais; que a CDU subisse ligeiramente e que o PSD tivesse uma votação semelhante à que na realidade teve.
O grande derrotado da noite é o PSD. Como partido da “alternância”tinha, à partida, todas as condições para ganhar, depois do enorme desgaste sofrido por Sócrates no último ano de governação, tanto pessoalmente, por ter visto o seu nome envolvido em inúmeras polémicas, como politicamente, em consequência de uma larga rejeição das suas políticas. Tinha todas as condições para ganhar, mas perdeu, antes de mais por se ter apresentado com uma estratégia eleitoral quase suicidária. Pelo que nos últimos tempos, ou seja, depois da chegada de MFL à chefia do partido, se ia ouvindo do lado dos seus apoiantes mais próximos, não será ousado prever que o PSD foi buscar parte da sua estratégia eleitoral à ”teorização” que Pacheco Pereira, nos jornais, na televisão e no blogue, ia fazendo do momento político. Ele conseguiu passar para a campanha do partido uma parte muito considerável do fanatismo político que o anima e do sectarismo com que intervém na vida política. Esta “osmose” só foi, todavia, possível porque havia do lado da dirigente máxima e dos seus principais colaboradores um campo fértil para aquelas teses prosperarem. Por palavras mais suaves, e sem referir nomes, MRS já o tinha dito em Coimbra e repetiu-o hoje nos comentários televisivos.
O Bloco de Esquerda teve uma votação considerável por confronto com a de 2005 e subiu enormemente em todos os círculos eleitorais. Em mandatos, no entanto, ficou bastante aquém dos números que poderia ter atingido, não fossem as particularidades do método de Hondt. Com apenas menos 35 mil votos que o CDS teve menos cinco deputados que este partido. O crescimento do Bloco não está, portanto, completamente consubstanciado no número de mandatos alcançados, o qual, não obstante as particulariedades referidas, duplicou o de há quatro anos.
A CDU elegeu mais um deputado, subiu muito ligeiramente na percentagem e em número de votantes, mas ficou aquém do que se depreendia serem as expectativas de Jerónimo de Sousa. O voto popular não correspondeu á simpatia demonstrada nas ruas e, muito menos, ao trabalho de contestação social às medidas impopulares do governo Sócrates.
A quem tudo correu bem foi ao CDS. Com mais 177 mil votos alcançou mais 9 deputados e subiu mais de três pontos percentuais. A poucos minutos do encerramento da contagem dos votos, o CDS tinha em disputa 5 deputados, noutros tantos círculos eleitorais, e a todos os elegeu. Globalmente falando, os deputados que o CDS elegeu a mais tirou-os ao PS (como, de resto, aconteceu com o Bloco), mas além disso bem pode Portas dizer que os tirou à esquerda já que todos os que entraram a poucos “minutos do fim” foram disputados ao Bloco ou ao PS. Nenhum desses deputados entraria pelo PSD.
Finalmente, o PS ganhou, mas perdeu a maioria absoluta (grande aposta da esquerda, objectivo que Portas também cavalgou quando percebeu que já não poderia alcançar a maioria com o PSD) e perdeu deputados para todos os partidos – 1 para a CDU; 6 (até ver) para o PSD; 8 para o Bloco; e 9 para o CDS.
ADITAMENTO
O debate na SIC N entre Pacheco Pereira e Silva Pereira confirma ponto por ponto o que acima se diz sobre a estratégia do PSD. E confirma também o que se diz noutro post sobre a saúde mental dos políticos. Pacheco Pereira não está bem. E se o PSD continuar a ouvi-lo ou a deixar que ele seja ouvido em nome do PSD, jamais este partido chegará ao poder.
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