E, EM CONSEQUÊNCIA, DEMITE-SE DO EUROJUST
A secção disciplinar do Conselho Superior do Ministério Público suspendeu Lopes da Mota por 30 dias por ter tentado pressionar os magistrados encarregados do caso Freeport.
Na sequência desta decisão, Lopes da Mota renunciou ao cargo que ocupa no Eurojust.
O advogado do magistrado punido explica esta renúncia por a sanção que lhe foi imposta constituir uma “ofensa à honra” do seu constituinte.
O que não deixa de ser uma explicação muito original, já que todos nós suporíamos que os factos por que Lopes da Mota foi punido é que verdadeiramente configuram um comportamento desonroso, sem deixarem de ser também juridicamente ilícitos.
Estranha é igualmente a posição do Procurador Geral da República, quando afirmou que nada tinha a ver com o caso, nem terá. O Procurador Geral da República pode não participar, como tal, na decisão do órgão encarregado de avaliar o comportamento de Lopes da Mota, mas de forma alguma pode pôr-se à margem deste caso, na medida em que ele contende com uma questão fundamental da instituição a que preside.
Os comentadores, não sei se por ignorância, se para alimentar a intriga, têm manifestado a preocupação de saber o que são “pressões”.Certamente que as pressões são constituídas por actos de alguém que, pelo lugar que desempenha ou pelo papel que representa, está em condições de influenciar uma decisão, mediante a enumeração de um conjunto de consequências desagradáveis para aqueles que, tendo por missão decidir, não seguirem o caminho por ele proposto, criando nos ditos decisores um justo receio de que essas consequências venham a ter lugar.
É preciso dizer que Lopes da Mota pode ainda recorrer da decisão, mas, qualquer que venha a ser a decisão transitada em julgado, nada do que acima está escrito ficará prejudicado.
E que tipo de pressões poderia Lopes da Mota exercer sobre os "dois amigos" procuradores com quem conversou durante o almoçou? Dar-lhes açoites?
ResponderEliminarAs pressões foram largamente anunciadas: alusões explícitas a prejuízo na carreira se não arquivassem o caso Freeport. Quer açoites mais eficazes?
ResponderEliminarPergunto-me, embora fora dos padrões disciplinares do MP, é se uma pena de suspensão, neste caso, não é como a pena de multa de 5000 euros no caso Bragaparques.
Alusões explícitas a prejuízo na carreira? Essa deixou-me embatocado!De certo não pode explicitar as alusões porque elas devem estar em segredo de justiça. Então, quando passarem os 30 dias da pena, eles bem se vão tramar porque não arquivaram o caso Freeport.Olha que pena!Estou mesmo embatocado!
ResponderEliminarO sr "MANOJAS" não percebe, ou faz por parecer que não percebe os vários mecanismos por que se manifesta o PODER. Os procuradores "pressionados" já ganharam um "poder" que lhes garante alguma cobertura contra represálias por parte do dr Mota & Cia.
ResponderEliminarPrimeiro as alusões, agora os mecanismos, tudo muito bem explicado por meias palavras. Bom, já então fiquei a perceber que os procuradores "pressionados"que bufaram uma conversa de almoço entre amigos, já não perdem o emprego e podem chegar ao topo da carreira. Que alívio! Obrigado sr Anónimo pela reveladora explicação.
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