quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A PORTAGEM NA A 28



DIVIDIR PARA REINAR

As conversações que ontem tiveram lugar entre os autarcas e o Ministro dos Transportes parecem ter por objectivo, a avaliar pelo que se depreende das declarações do autarca do PS, dividir para reinar.
Se as populações maioritariamente servidas pela A 28 aceitarem as concessões ministeriais, como parece ser a disposição do porta-voz dos autarcas, estarão reunidas as condições para a criação de uma situação de profunda desigualdade que nenhuma razão pode justificar.
Cair no engodo do utilizador frequente (em si um verdadeiro contra-senso!) ou da isenção aos residentes do concelho no troço compreendido na respectiva área é uma forma de minar a unidade da luta.
Mais valerá, se a intransigência do Governo se mantiver, atacar judicialmente a sua decisão, que dificilmente poderá manter-se por assentar num princípio claramente discriminatório.
Nada, mas mesmo nada, poderá justificar que se não pague na Via do Infante (ou noutras, quaisquer que elas sejam) e se pague na A 28.
O Governo para actuar com justiça e equidade deve estabelecer um regime idêntico para todas as SCUTS, diferente do seguido nas auto-estradas com portagem.

1 comentário:

  1. Tem razão na situação em que se deve estabelecer um regime idêntico para todas as SCUTS, incluindo aqui estradas como o IC19, a A29, a A44, a A25, a VCI, a 2ª Circular, a CRIL, etc ...

    Se é para a A28 passar a pagar, as que eu acima citei também têm de ser pagas pelo utilizador.

    Como é que o Governo pode dizer que as populações servidas pela A28 passaram a ter mais de metade do PIB per capita nacional? Se isso aconteceu, aconteceu devido à emigração de mais de 500.000 residentes dessa àrea em poucos anos, devido ao fecho de fábricas (de que a Qimonda é apenas o ultimo exemplo).

    Será que algum membro do governo anda na A28 regularmente? Não me parece, senão teriam informado o Governo das características desta estrada, a saber:
    - Não tem alternativa (a EN13, no troço que querem portajar, é uma mera avenida, com semáforos de velocidade a cada 10 quilómetros, bandas sonoras, passeios de ambos os lados e passadeiras a cada quilómetro);
    - Existem 2 nós rodoviários (o nó de Lavra, em Matosinhos, e o nó da Estela, na Póvoa de Varzim) que vão dar para caminhos municipais;
    - Ao longo do trajecto, existem muitas casas à beira da estrada, especialmente à beira dos nós rodoviários, o que impede que as mangas de acesso possam ser alargadas para instalarem lá as portagens físicas.

    Ultimamente, têm instalado na estrada umas cameras que as pessoas supõem que sejam portagens virtuais, aproveitando o chip da matrícula do automóvel. Se quiserem cobrar dessa maneira, estão bem tramados. É só o pessoal bloquear o chip que lá se vai a cobrança ...

    A ultima proposta não tem pés nem cabeça. Tanto barulho porque as SCUT são caras, mas, no entanto, querem isentar de pagamento os utentes que vivem nos concelhos com mais industria, têm mais rendimento per capita, têm mais população, e que geram mais trânsito. Não tem pés nem cabeça porque o tráfego gerado em Esposende e Viana do Castelo é, já hoje, infinitamente menor que o gerado pelos concelhos incluídos na Área Metropolitana do Porto. Aliás, se o critério for esse, Esposende e Viana do Castelo aderem já à Área Metropolitana do Porto.

    Será que o Terreiro do Paço quer financiar a exploração da A28 cobrando portagens aos mais pobres?

    Será que o Terreiro do Paço quer ver TIR a passar pelas ruas de Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende e Viana do Castelo? Ou alguém pensa que os TIR irão pela A28 se ela for a pagar? Se houver, desenganem-se. Vejam o que acontece na EN1 / IC2.

    Será que o Terreiro do Paço se esqueceu que incluiu a variante a Vila do Conde e à Povoa de Varzim na A28?

    Quando é que o Terreiro do Paço se digna a cumprir a promessa que fez de que publicaria, nos jornais nacionais e locais, as estatísticas de tráfego a passar em cada SCUT? Para os mais distraídos, o montante a pagar às concessionárias das SCUT depende dos carros que passam na estrada naquele periodo. Se esse nº não é divulgado nos jornais, como é que se pode saber se a quantia paga às concessionárias é a correcta?

    Muito resumidamente, o que eu suspeito que se passe nisto das SCUT é o seguinte: As concessionárias inflacionam imenso a contagem dos carros (possivelmente em concordância com os responsáveis políticos), o Estado paga, o que é sobre facturado é dividido em 2 partes (1 para a concessionária, outra é dada por esta aos responsáveis políticos). O que é que isto é? A 2ª versão do escândalo da JAE denunciado há 10 anos pelo General Almeida Bruno. Com uma diferença: nessa altura, o PIB crescia a olhos vistos, e não havia €, quanto mais défice orçamental excessivo. Agora, o PIB está como está, assim como os 8% de défice orçamental. Mas como os responsáveis políticos querem continuar "a mamar", mas são pressionados pela UE para baixar o défice, querem fazer com que algumas destas SCUT passem a ter portagens físicas, continuando a mamar pelas restantes SCUT.

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