OS PRÓS E CONTRAS: UM EXEMPLO
Na RTP 1, à segunda-feira, o programa da Sra Campos Ferreira (sim, tudo indica que o programa é dela e não da estação pública de televisão) sobre da actualidade nacional, hoje a situação económico-financeira do país. Quem é que lá está? Silva Lopes (um homem sério, certamente à esquerda de Sócrates, mas um homem do sistema); Medina Carreira (que sob a capa do catastrofismo permanente outra coisa não faz que defender os grandes interesses); Nogueira Leite (ex-ajudante de Pina Moura nas Finanças); e um outro, que costuma lá ir, cujo nome não sei e que diz mais ou menos sempre a mesma coisa. Que é preciso começar tudo de novo.
Na segunda parte teve os empresários: Henrique Neto (que teceu algumas considerações pertinentes a par de outras mais discutíveis); Bruno Bobone (que nem sei bem como qualificar: talvez um típico empresário português, ou um típico empregado do empresariado português das associações); FM Balsemão (não o propriamente dito, mas um outro bastante mais jovem); e creio que alguém chamado Alberto da Ponte (que estava interessado em defender o negócio das cervejas e também queria ter sido chamado a participar no orçamento; legitimidade? a que lhe é conferida pela malta que bebe cerveja!).
Como se vê, o painel de comentadores não poderia ser mais diversificado. Na RTP só tem direito a falar quem a Sra. Campos Ferreira convida. E por aqui se vê quais são os seus critérios num assunto que interessa a todos os portugueses.
Silva Lopes disse algumas coisas interessantes sobre o orçamento, a dívida e sobre o que não está orçamentado, mas já se deve, e se pagará mais tarde. Advogou a tributação das mais-valias bolsistas e defendeu os funcionários públicos, tendo proposto, sem ambiguidades, cortes nas altas pensões do sector público e privado e nos respectivos vencimentos. Já não foi tão incisivo na identificação das responsabilidades do governo, principalmente, naquilo que têm sido, e continuam a ser, as suas opções no domínio do investimento público, tanto no que respeita às modalidades de financiamento como respectivos projectos de investimento. E aqui está sem dúvida uma das chaves da questão.
Henrique Neto falou no mercado protegido das grandes empresas (mais do que protegido: muitas vezes um falso mercado assegurado pelo Estado via governo), com custos pagos pelos contribuintes, e falou também, e bem, sobre os custos de produção que as empresas exportadoras têm de suportar em benefício das grandes empresas, que por vezes até actuam em monopólio, mas que tanto num caso como noutro, pelos preços que praticam, diminuem a competitividade daquelas.
Dos restantes que dizer? A sensação com que se fica é a de um certo clima antidemocrático estar a fazer o seu percurso, sem necessidade de os verdadeiros ideólogos terem de se mostrar. Tudo muito facilitado pelos "critérios jornalísticos" da Sra Campos Ferreira.
Na RTP 1, à segunda-feira, o programa da Sra Campos Ferreira (sim, tudo indica que o programa é dela e não da estação pública de televisão) sobre da actualidade nacional, hoje a situação económico-financeira do país. Quem é que lá está? Silva Lopes (um homem sério, certamente à esquerda de Sócrates, mas um homem do sistema); Medina Carreira (que sob a capa do catastrofismo permanente outra coisa não faz que defender os grandes interesses); Nogueira Leite (ex-ajudante de Pina Moura nas Finanças); e um outro, que costuma lá ir, cujo nome não sei e que diz mais ou menos sempre a mesma coisa. Que é preciso começar tudo de novo.
Na segunda parte teve os empresários: Henrique Neto (que teceu algumas considerações pertinentes a par de outras mais discutíveis); Bruno Bobone (que nem sei bem como qualificar: talvez um típico empresário português, ou um típico empregado do empresariado português das associações); FM Balsemão (não o propriamente dito, mas um outro bastante mais jovem); e creio que alguém chamado Alberto da Ponte (que estava interessado em defender o negócio das cervejas e também queria ter sido chamado a participar no orçamento; legitimidade? a que lhe é conferida pela malta que bebe cerveja!).
Como se vê, o painel de comentadores não poderia ser mais diversificado. Na RTP só tem direito a falar quem a Sra. Campos Ferreira convida. E por aqui se vê quais são os seus critérios num assunto que interessa a todos os portugueses.
Silva Lopes disse algumas coisas interessantes sobre o orçamento, a dívida e sobre o que não está orçamentado, mas já se deve, e se pagará mais tarde. Advogou a tributação das mais-valias bolsistas e defendeu os funcionários públicos, tendo proposto, sem ambiguidades, cortes nas altas pensões do sector público e privado e nos respectivos vencimentos. Já não foi tão incisivo na identificação das responsabilidades do governo, principalmente, naquilo que têm sido, e continuam a ser, as suas opções no domínio do investimento público, tanto no que respeita às modalidades de financiamento como respectivos projectos de investimento. E aqui está sem dúvida uma das chaves da questão.
Henrique Neto falou no mercado protegido das grandes empresas (mais do que protegido: muitas vezes um falso mercado assegurado pelo Estado via governo), com custos pagos pelos contribuintes, e falou também, e bem, sobre os custos de produção que as empresas exportadoras têm de suportar em benefício das grandes empresas, que por vezes até actuam em monopólio, mas que tanto num caso como noutro, pelos preços que praticam, diminuem a competitividade daquelas.
Dos restantes que dizer? A sensação com que se fica é a de um certo clima antidemocrático estar a fazer o seu percurso, sem necessidade de os verdadeiros ideólogos terem de se mostrar. Tudo muito facilitado pelos "critérios jornalísticos" da Sra Campos Ferreira.
A Sra Campos Ferreira é um protótipo da ignorância atrevida, duma incultura tão aterradora que nem consciência tem do seu reaccionarismo boçal. Nunca passou os olhos ao menos por um dos catecismos do pensamento único.
ResponderEliminarPor isso é que é ela a fazer o programa, pois esses seus atributos poupam à direcção de programas da RTP o trabalho de ter que lhe dar instruções.
Não sei se elea é assim tanto como dizem. A mim parece-me, para além de ser uma exemplar defensora dos senhores que puseram isto no estado a que chegámos, que será uma das pessoas mais bem pagas em toda a comunicação social. Não sei o que é que ela faz ao dinheiro, mas lá que ganha bem isso ganha. Com tantos programas destes a senhora já deve ter uma assinalável fortuna. E assim, não pode dizer mal disto. A vida corre-lhe bem.
ResponderEliminarO que o autor do Blog escreve, pensei eu quase "ipsis verbis" e comentei na altura em minha casa. Um exemplo da qualidade a que chegou o País. Atenção é sintomático que esta senhorita e outras de nivel semelhante não perdem uma oportunidade para alardear a sua condição de docentes do ensino "superior". Não me interessa saber quem é o tal sr. Bobonne (presumo que pertence a uma família com pretensamente afidalgada e que, penso, arruinsda) mas tenho quase a certeza que a Associação de que se diz dirigente vive, directa ou indirectamente, em grande parte de fundos públicos (nacionais/comunitários), seja pela via dos subsídios com uma qualquer declarada finalidade, seja pelo filão da formação etc. etc. etc.. Um trauliteirozeco com pretensões de empreendedor(??!!). Imagino o que o país deve à sua iniciativa e rico!!!!
ResponderEliminarLG