domingo, 7 de março de 2010

NOTAS SOLTAS



TRÊS COMENTÁRIOS

Carlos Santos, professor de economia, e autor do blogue O Valor das Ideias, que , por razões desconhecidas deixou de estar acessível, em artigo hoje publicado no “Público” – "O erro das políticas anti-crise: a imprevisibilidade” vem com base em estudos comportamentais questionar ou mesmo por em causa as políticas anti-cíclicas – casos dos instrumentos keynesianos - para combater os efeitos da presente crise, admitindo que em certos casos podem mesmo ter efeitos recessivos. A conclusão a que o seu estudo chega é a de que as “opções manipulativas do mercado para contrariar o ciclo carecem de base científica”.
No post que aqui há dias escrevi “A crise económico-financeira e o ney-keynesianismo” com base numa análise política das opções económica havia chegado a uma conclusão semelhante, embora por caminhos muito diferentes. Para Carlos Santos, a razão de ser da sua conclusão está na imprevisibilidade dos comportamentos face às opções de política económica. Do nosso ponto de vista, que não se fundamenta em qualquer estudo, mas apenas na análise histórica comparativa de situações semelhantes, o que retira eficácia às políticas neo-keynesianas na actual crise é o contexto político em que elas são aplicadas. Os “comportamentos” dos diversos agentes económicos seriam outros se os factores políticos que condicionam a sua actuação fossem diferentes.

Generaliza-se na União Europeia a convicção de que Catherine Ashton é um desastre. Nos “mentideros” diz-se mesmo que ela é completamente ignorante. Tudo isto é estranho. Ela era Comissária do Comércio Externo em substituição de Mandelson, portanto, embora noutras funções, terá havido tempo mais do que suficiente para a avaliar. É certo que ela é a quinta escolha de Brown, a seguir a Blair, Miliband, Mandelson e Geoff Hoon, todos recusados, e tinha a vantagem de ser mulher – o que conta, mesmo que seja uma incompetente -, mas exactamente por se tratar de uma “nomeação inglesa” é que o caso é intrigante. Nestas coisas os ingleses não se costumam enganar. Quando o indicado não está em condições de desempenhar cabalmente o lugar, ele é “pilotado” a partir de Londres e de gente que eles lhe põem no gabinete. Nada disto se passou desta vez. Será que Barroso conseguiu levar a palma aos ingleses? Feito notável!

O Tea Party é a prova provada de que a degradação do ensino comum acompanhada da formação de elites restritas é o melhor seguro de vida da direita reaccionária. Quanto mais estúpido e ignorante o povo for mais os “tea parties” florescerão. Veremos se a formação do Coffee Party (http://www.coffee-partyusa.com/), com noventa mil simpatizantes em trinta estados em apenas três dias, consegue contrabalançar os efeitos de Sarah Palin e seus correligionários ou se ficará restrito a um núcleo da radicais de esquerda incapazes de competir com a maré ultra-reaccionária que ameaça submergir a América.

Sem comentários:

Enviar um comentário