A QUE SE DEVE A HONRA?
O influente Ministro britânico das Relações Exteriores, o chefe do famoso Foreign Office, esteve ontem em Lisboa, para conversar com Amado. A que se deverá a honra? Que candente assunto da política internacional necessitará da opinião ou da acção de Portugal para que tão importante Ministro aqui se desloque exactamente na véspera de um conselho informal dos Negócios Estrangeiros a realizar em Córdova? Estranho!
Teria vindo discutir com Amado como continuar a matar civis no Afeganistão? Ou como as tropas da NATO caminham para uma derrota anunciada nas montanhas afegãs? Pouco provável. Ele não vinha a Lisboa para isso, nem as cinco ou seis dezenas de soldados que Portugal lá tem justificariam essa honra. Será que veio tratar com o Ministro português as consequências geoestratégicas da crescente afirmação dos países emergentes, capazes de baralhar o consenso da famosa”comunidade internacional” em assunto tão importante como as sanções ao Irão? Menos provável ainda. Se há coisa em que os ingleses são exímios é na noção da “dimensão”. Cada um no seu galho!
Pois, ao que tudo indica, Miliband veio a Lisboa dizer a Amado o seguinte: “Digam lá ao Barroso que não faça outra. Nós pusemos na Comissão uma Senhora que não manda nada, mas não é para ele mandar nela. É para nós lhe darmos ordens!”.
Amado, meio encolhido, lá prometeu dar o recado, não sem referir que, não pertencendo Barroso ao mesmo partido, não poderia assegurar a eficácia da mensagem.
Mas o inglês não quer saber disso para nada. São todos portugueses ou gente morena do sul e tem mais é que obedecer.
A grande questão diplomática da União Europeia, o momentoso assunto da sua política externa, é a nomeação de João Vale de Almeida, ex-chefe de gabinete de Barroso, embaixador em Washington! E ainda a montagem do “soi-disant” serviço diplomático europeu com representação em 130 países.
Os ingleses puseram à frente do serviço (Alto Representante) a Senhora Catherine Ashton, mas, afinal, quem dá as cartas é Barroso. E já fizeram saber através de um comunicado conjunto com um seu lacaio de ocasião (e lá pelo norte da Europa há sempre quem queira ser caudatário) que não aceitam ser “desautorizados”, mas Barroso, apoiado nos pequenos países e nos países do Sul (sem hostilizar a França nem a Alemanha) deve estar a trocar as voltas aos ingleses que já tinham como “favas contadas” o domínio das relações externas europeias.
Essa a razão da vinda de Miliband a Lisboa. Que Barroso se mantenha firme e seja capaz fazer jus ao velho grito do MRPP - “A luta é dura …mas vós não vergareis” - são os nossos sinceros votos!
Vou fazer link, claro :)
ResponderEliminarObrigado!
Abraço.
Não será por causa das Malvinas?
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