"AGARREM-ME SENÃO..."
Li ontem nos jornais que a UE ameaçou as agências de rating. A Comissão Europeia só pode estar a brincar connosco. Aliás, uma brincadeira de mau gosto. Depois de tudo o que se passou com as agências de rating, a Comissão "avisa-as"de que se "não se portarem bem" poderá criar uma agência ou, pior ainda, "obrigá-las" a fundamentar as suas notações.
A Comissão Europeia, qual donzela inocente, desconhece tudo o que se tem passado com as agências de rating e ignora o seu "contributo" para o desencadeamento da crise financeira de 2008. A Comissão Europeia desconhece igualmente o seu papel como ponta de lança do capital financeiro e especulativo. Precisa, portanto, de mais provas...e de avaliar os fundamentos das notações!
A Comissão Europeia, tão ingénua, não sabe que as notações visam produzir um resultado, o qual, uma vez verificado, como quase sempre tem acontecido, constitui a melhor prova de que os factos que as fundamentaram foram correctamente interpretados. Ou seja, a prova de que a desgraduação da dívida grega é correcta...está no facto de os novos empréstimos estarem a ser contraídos a um juro mais elevado.
Enfim, não há hipocrisia que se compare à europeia, nomeadamente à de Bruxelas!
As agências de "rating" são um dos múltiplos instrumentos que o Sistema utiliza para se legitimar. Quem diz agências de rating diz sociedades de auditoria, reguladores e quejandos. Há exemplo mais gritante que o caso doméstico do BP/BPN? Eles têm que ganhar a vidinha, não podem morder a mão que lhes dá a ração. Com ou sem agências enquanto houver sistema capitalista haverá especulação. Portugal, quem o tem desgovernado ( o famoso grupo dos magníficos ex-MF), deveria ter isto presente e não se ter posto a jeito, mas esses não têm problema, mesmo que o país se afunde, haverá sempre reservas num qualquer offshore. Há muito tempo que bastava fazer uma projecção para concluir que num prazo, não distante, haveria problemas sérios. Bem se pode barafustar contra as relações (internas e internacionais) injustas, se não houver força para alterar as regras dessas relações... Ontem Carlos Carvalhas afirmou que 100 famílias detêm 20% da riqueza nacional no que não foi contrariado. Ora, admitindo que houvesse não 100 mas 500 famílias com esse rendimento absorveriam 100% da riqueza!! Elucidativo!
ResponderEliminarLG
Não há lapso no título (agarrem-me, senão...)?
ResponderEliminarA.M.
Aditamento:
ResponderEliminarCorrija, se entender...
E apague o comentário.
Obg
A.M.
Talvez tenha razão...Se não tiver, quando chegar a Lisboa volto a corrigir...
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