CARLOS MORENO, JUIZ CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS
Conheço Carlos Moreno há muitas décadas, de Coimbra, da Faculdade, depois de Bruxelas e mais recentemente do Tribunal de Contas. Nunca fomos íntimos, nem as encruzilhadas da vida quiseram que tivéssemos construído uma relação de amizade, mas sempre mantivemos uma relação cordial e muito simpática. Nem sequer em Coimbra tínhamos aquilo a que se pudesse chamar amigos comuns. Éramos contemporâneos, mas pertencíamos a grupos diferentes.
Moreno é um grande jurista e um homem íntegro. É um exemplo daquilo que Coimbra gerou no seu melhor.
Conheço muitas das suas auditorias no Tribunal de Contas, fui inclusive auditado por ele mais que uma vez. Li algumas das peças disponibilizadas na internet em que foi relator ou em que interveio como Juiz-Conselheiro, no Tribunal de Contas, sobre as parcerias público-privadas.
O livro que Carlos Moreno acaba de publicar é um grande contributo para o fortalecimento da cidadania em Portugal. É um livro de leitura indispensável não só para quem privilegia a informação séria e de primeira qualidade, mas também para quem queira participar na vida política com competência e conhecimento técnico do que se não pode fazer. É também um livro de denúncia, não por opção do autor, mas por imposição da matéria tratada e daqueles que a trataram.
Moreno é um homem delicado e cortês, sem todavia nunca perder o seu grande sentido de humor. Apesar de estar a tratar de um dos processos mais escabrosos da nossa democracia, Moreno nunca perde a compostura, nem exagera a indignação: fala em erros, em desleixos, em incompetência, em negligência mais ou menos grosseira. E, porém, todos sabemos que está a tratar de uma das maiores roubalheiras concebidas, praticadas e executadas no regime democrático. Onde valeu tudo e onde tudo continua a valer. Desde o trânsito directo da cadeira ministerial para a cadeira do conselho de administração da empresa beneficiária, passando pelos contratos alicerçados em previsões impossíveis de confirmar-se até aos embustes de quem nos quer fazer crer que estamos a pagar agora com as portagens das SCUTS o preço da utilização que delas fazemos.
Está lá tudo…Por favor leiam e divulguem! Bem hajas, Carlos Moreno!
Depois de tantos elogios, é impossível não querer ler!
ResponderEliminarEstive na apresentação, li meio livro no Alfa de regresso ao Porto, e já terminei a leitura!
ResponderEliminarUma delícia que incomoda, dado o despertar que causa em nós para um problema vital para Portugal e para a cidadania: O esbulho e delapidação do dinheiro dos nossos impostos, por parte daqueles que, arrogante e impunemente, se banqueteiam à mesa do Orçamento de Estado!
A não perder!